ATA DA OCTOGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 22-9-2008.
Aos vinte e dois dias do mês de setembro do ano de
dois mil e oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho,
a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos Vereadores Alceu Brasinha, Beto Moesch, Carlos Comassetto,
Carlos Todeschini, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João
Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Margarete Moraes, Neuza Canabarro e
Sebastião Melo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli
Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias
Vidal, Elói Guimarães, João Bosco Vaz, José Ismael Heinen, Marcelo Danéris,
Maria Luiza, Nilo Santos e Professor Garcia. À MESA, foram encaminhados: pela
Mesa Diretora, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 020/08 (Processo
nº 5469/08); pelo Vereador Aldacir Oliboni, o Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 017/08 (Processo nº 4981/08); pelo Vereador Nereu D’Avila, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 222/08 (Processo nº 5471/08); pela Vereadora
Sofia Cavedon, o Projeto de Lei do Legislativo nº 211/08 (Processo nº 5002/08).
Também, foram apregoados os seguintes Ofícios, do Senhor Prefeito Municipal de
Porto Alegre: de nº 779/08, informando que o Procurador-Geral do Município,
Senhor João Batista Linck Figueira, assumiria o Executivo Municipal das
dezesseis horas do dia dezoito às dezenove horas do dia de ontem, em face do
impedimento do Vereador Sebastião Melo, Presidente deste Legislativo; de nos
786, 787 e 788/08, encaminhando, respectivamente, os Projetos de Lei do Executivo
nos 046 e 047/08 e o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
014/08 (Processos nos 5627, 5659 e 5660/08, respectivamente). Ainda,
foi apregoado o Memorando nº 059/08, deferido pelo Senhor Presidente, de
autoria do Vereador Claudio Sebenelo, solicitando autorização para representar
externamente este Legislativo, hoje, na solenidade de abertura do Mês do Idoso,
às quatorze horas, no Teresópolis Tênis Clube, em Porto Alegre. Do EXPEDIENTE,
constaram os Ofícios nos 725906, 726002, 726440, 727514, 729407,
729425, 729455, 729647, 729717 e 729835/08, do Fundo Nacional de Saúde do
Ministério da Saúde. Durante a Sessão, constatada a existência de quórum
deliberativo, foram aprovadas as Atas da Qüinquagésima Quinta, Qüinquagésima
Sexta, Qüinquagésima Sétima, Qüinquagésima Oitava e Qüinquagésima Nona Sessões
Ordinárias. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA
POPULAR, ao Senhor Clemente Viscaino, da Associação dos Amigos, Parentes e
Portadores de Ataxias Dominantes, que discorreu acerca da incidência dessa
doença no Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul, atentando para as
dificuldades que essa mutação genética impõe a seus portadores. Nesse sentido,
mencionando o transcurso, no dia vinte e cinco de setembro, do Dia de Luta
Contra a Ataxia Dominante, propugnou pelo apoio dos Senhores Vereadores às
atividades a serem desenvolvidas nessa data. Em continuidade, nos termos do
artigo 206 do Regimento, os Vereadores João Carlos Nedel, Luiz Braz, Carlos
Comassetto, Dr. Raul e José Ismael Heinen manifestaram-se acerca do assunto tratado
durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e trinta e sete minutos, os trabalhos
foram regimentalmente suspensos, sedo retomados os trabalhos às quatorze horas
e trinta e oito minutos, constatada a existência de quórum. Após, constatada a existência
de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador João
Carlos Nedel, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares no dia
de amanhã. Em prosseguimento, o Vereador Beto Moesch formulou Requerimento
verbal, solicitando a adesão da Câmara Municipal de Porto Alegre à campanha
“Doar órgãos é um gesto de amor à vida”, promovida pelo Complexo Hospitalar da
Santa Casa de Porto Alegre, tendo o Senhor Presidente determinado que essa
proposta fosse encaminhada à Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Em GRANDE
EXPEDIENTE, o Vereador Luiz Braz, lembrando as dificuldades para a população
brasileira decorrentes do excesso de carga tributária, discorreu sobre a
importância da votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias nos próximos dias por
esta Casa, defendendo o reestudo na cobrança de alguns impostos municipais,
como o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana
e do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza. O Vereador Guilherme
Barbosa, em tempo cedido pelo Vereador Marcelo Danéris, criticou a execução das
obras do Centro Popular de Compras, reproduzindo queixas recebidas pela
Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana,
relativas à forma de ocupação dos espaços nesse prédio e ao fluxo de pedestres
nos estabelecimentos comerciais da região. Ainda, afirmou que a venda, nesse
Centro de Compras, de espaços com tamanhos diferenciados contraria Lei
Municipal. A seguir, foi realizada verificação de quórum para ingresso na Ordem
do Dia, constatando-se a inexistência do mesmo. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador
João Antonio Dib, em tempo cedido pelo Vereador Haroldo de Souza, referindo-se
a livro publicado pelo Senhor Fernando Neubarth, Presidente da Associação Brasileira
de Reumatologia, relativo à ética profissional, reiterou sua posição favorável
à diminuição do número de integrantes do Congresso Nacional. Nesse sentido,
analisou a proporção de deputados federais e as conjunturas socioeconômicas
brasileira e estadunidense. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Ervino Besson
pronunciou-se em relação aos índices de criminalidade atualmente constatados no
Rio Grande do Sul, considerando extremamente preocupante o quadro da área de
segurança pública no Estado. Em relação ao assunto, salientando que o efetivo
da Brigada Militar sofreu redução desde o ano de mil novecentos e noventa e um,
conclamou os órgãos estatais e a sociedade civil a buscarem formas de diminuir
a criminalidade. Em continuidade, foram apregoados os Memorandos nos
056 e 057/08, deferidos pelo Senhor Presidente, de autoria do Vereador Claudio
Sebenelo, solicitando autorização para representar externamente este
Legislativo, respectivamente: no dia vinte e quatro de setembro do corrente, no
painel “A Gestão dos Recursos Hídricos - Agência de Região Hidrográfica” do
Fórum Democrático de Desenvolvimento Regional, das quatorze às dezoito horas,
na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre; e
amanhã, na Sessão Solene de Assembléia Universitária de transmissão do cargo de
Reitor ao Professor Carlos Alexandre Netto, às dez horas, no Salão de Atos da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Em, COMUNICAÇÕES, o
Vereador João Carlos Nedel lembrou o transcurso, ontem, do Dia do Contador,
cumprimentando os integrantes dessa categoria profissional pela data. Ainda,
analisou problemas na área da segurança pública, destacando grupo de trabalho
criado na Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do
Sul – FEDERASUL –, com a finalidade de discutir com a sociedade e órgãos
públicos ações mais efetivas de combate à violência e à criminalidade. A
Vereadora Margarete Moraes comentou denúncias de irregularidades envolvendo a
área da cultura no Estado, afirmando que, na época em que o PT esteve à frente
do Governo gaúcho, os mecanismos de controle dos recursos destinados às
atividades culturais eram mais eficazes. Também, criticou comportamento da
Secretária Estadual Mariza Abreu, em relação à reivindicação de alunas do
Município de Guaíba, e, finalizando, protestou contra a falta de fiscalização
das atividades do Brique da Redenção. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Alceu
Brasinha parabenizou o trabalho desenvolvido pela Brigada Militar e pela
Polícia Civil do Rio Grande do Sul, enfatizando a qualidade e a rapidez no atendimento
prestado por esses organismos, bem como a presença constante de viaturas
policiais nas ruas da Cidade. Nesse contexto, declarou que as políticas de segurança
pública no Estado são muito eficazes e têm sido prestigiadas pela população. O
Vereador João Antonio Dib elogiou a maneira como a Secretária Estadual da Cultura,
Senhora Mônica Leal, vem desempenhando suas funções, relatando providências
dessa pasta para o aumento da segurança no controle e fiscalização da distribuição
de verbas públicas para atividades culturais. Sobre o tema, alegou que essa Secretária
determinou providências imediatas para apuração das denúncias de fraudes
envolvendo recursos relativos à Lei de Incentivo à Cultura. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela
oposição, o Vereador Carlos Todeschini examinou questões relativas à atuação da
Brigada Militar em Porto Alegre, contestando pronunciamento a respeito do
assunto hoje efetuado pelo Vereador Alceu Brasinha, em Comunicação de Líder.
Nesse sentido, abordou a Lei Municipal nº 10.391/07, que dispõe sobre a
organização e a integração dos serviços públicos de segurança municipal, por
meio das Áreas Integradas de Segurança Pública – AISPS. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador Adeli Sell discorreu sobre o sistema público de segurança a
que têm acesso os porto-alegrenses, afirmando que as polícias civil e militar
enfrentam dificuldades resultantes da falta de estrutura e de recursos humanos
e materiais, o que acarreta graves problemas ao adequado cumprimento de suas
atividades. Além disso, criticou o trabalho desenvolvido pelo Coronel Paulo
Roberto Mendes como Comandante-Geral da Brigada Militar. Em COMUNICAÇÕES, o
Vereador João Bosco Vaz comentou ações implementadas por Sua Excelência quando
Secretário Municipal de Esportes, Recreação e Lazer, enfatizando que investir
em projetos voltados à inclusão social de crianças e adolescentes produz resultados
positivos em termos de diminuição da criminalidade e mais segurança para a
população. Também, manifestou-se acerca do Campeonato Municipal de Futebol de
Várzea, realizado anualmente em Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Dr. Raul registrou a passagem, no dia três de agosto do corrente, do
aniversário de quarenta e cinco anos de fundação da Sociedade Amigos e Furões
de Festinhas de Aniversários – SAFURFA –, equipe de futebol de várzea formada
por moradores do Bairro Auxiliadora. Ainda, lembrou a época em que integrou
esse time, destacando a importância da prática esportiva como instrumento de
aprendizado de valores e integração comunitária. Em PAUTA, Discussão
Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos
206, 215 e 216/08, os Projetos de Lei do Executivo nos 042/08,
discutido pelo Vereador João Antonio Dib, e 043/08, discutido pelos Vereadores
João Antonio Dib e Luiz Braz; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do
Executivo nº 013/08, discutido pelo Vereador João Antonio Dib, os Projetos de
Lei do Legislativo nos 183, 212, 214, 071/08, este discutido pelo Vereador
Adeli Sell, e 198/08, discutido pelo Vereador Luiz Braz, o Projeto de Lei do
Executivo nº 041/08, discutido pelo Vereador João Antonio Dib, os Projetos de Resolução
nos 044, 046 e 048/08. Às dezesseis horas e trinta e um minutos,
constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores
Sebastião Melo, Carlos Todeschini e Ervino Besson e secretariados pelo Vereador
Ervino Besson. Do que eu, Ervino Besson, 1º Secretário, determinei fosse
lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim
e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Sr. 1º Secretário procederá à leitura das proposições apresentadas à
Mesa.
O SR. 1º SECRETÁRIO (Ervino Besson): (Lê as proposições apresentadas à Mesa.)
O SR. CLEMENTE VISCAINO: Já que estou
em uma Tribuna Popular, vou dispensar a formalidade de cumprimentar todos os
Srs. Vereadores e funcionários. Quero registrar a presença do Sr. Eduardo - o
sobrenome dele é sempre complicado, sou seu amigo há dez anos e nunca consigo
pronunciar o seu sobrenome corretamente - Hamenschlager, Presidente da
Associação dos Amigos, Parentes e Portadores de Ataxias Dominantes; da Srª
Graça Hamenschlager, esposa do Sr. Eduardo e Secretária da Associação, e da Srª
Cíntia Viscaino, que é minha esposa e Vice-Tesoureira da Associação.
Gostaria de falar com vocês sobre uma doença
conhecida até pouco tempo como “Mal dos Açores”. Os indivíduos portadores do
“Mal dos Açores” eram queimados nas fogueiras da Inquisição, porque as pessoas
achavam que eles tinham um pacto com o demônio, uma vez que andavam como se
estivessem bêbados. Eles tinham problema de voz, tinham problema de visão
dupla, mal conseguiam falar, a fala deles era toda enrolada. Essas pessoas eram
queimadas vivas porque eram portadores de uma doença, nem a Igreja, naquela
época, conseguia diagnosticar como uma enfermidade. Então eles tinham um pacto
com a doença. O Rio Grande do Sul é uma área endêmica em relação às doenças de
Ataxia, principalmente a doença de Machado-Joseph, que foi pesquisada nos
Estados Unidos em uma família Joseph e em uma família Machado. Daí surgiu a
denominação Ataxia Machado-Joseph.
Com a vinda dos açorianos, a partir de 1750, essa
doença se espalhou pelo Rio Grande do Sul. Hoje temos praticamente, dentro de uma estatística, de 80 a 300
mil pessoas portadoras de Ataxia somente no Estado do Rio Grande do Sul. Isso é
só para dar um começo. Ataxia é um conjunto de sintomas causados pela
degeneração de neurônios do cerebelo, da medula e dos nervos periféricos. De
início, um tropeço sem grandes conseqüências; depois, desequilíbrios e quedas
freqüentes, sem falar na estranha dificuldade para executar movimentos, movimentos
automáticos como descascar uma fruta, manipular os talheres, andar de bicicleta
- isso nem se fala - e dirigir carro muito menos. Ações cotidianas que em geral
realizamos sem nos dar conta são comprometidas pelos primeiros sintomas das
Ataxias, distúrbios que têm origens diversas, mas guardam em comum a lesão dos
neurônios do cerebelo.
No
Brasil, a mais prevalente é do tipo 3, também conhecida como Ataxia de
Machado-Joseph, cuja mutação genética se encontra no cromossoma 14. As
alterações iniciais incluem problemas de equilíbrio e coordenação motora, com
comprometimentos de braços e pernas; dificuldades de articulação e da fala, a
voz torna-se pastosa, motivo pelo qual muitos pacientes são discriminados, pois
as pessoas tendem a julgá-los embriagados. Para compensar a falta de
equilíbrio, a marcha adquire ritmo característico com os pés afastados; em
alguns casos são observados movimentos oculares anormais e problemas de
deglutição. Os primeiros sinais costumam aparecer entre 25 e 55 anos, isso
dentro da doença Machado-Joseph. Nós temos hoje catalogadas 28 Ataxias. Existe
a doença de Friedreich, por exemplo, que ataca crianças de 4, 5, 16, 17 anos. É
uma mutação genética, filhos e netos têm 50% de chance de herdar a doença. As
Ataxias - o seu conceito-chave - podem ser adquiridas ou hereditárias. Em ambos
os casos há comprometimento do equilíbrio e dos movimentos voluntários que
afetam a marcha, a fala e a deglutição. Entre as hereditárias, a mais
freqüente é a Ataxia de Friedreich, cuja prevalência é de um afetado para cada
quarenta mil pessoas. As Ataxias hereditárias estão relacionadas a mutações que
podem ocorrer em diversos genes, cuja característica comum é a repetição, a
excessiva e determinada conseqüência dos neuronucleotídios - são essas as palavras,
eu não sou médico. Os avanços da pesquisa do genoma humano abrem novas
expectativas para o tratamento e prevenção das Ataxias hereditárias. A mais
promissora é o silenciamento de genes por meio da técnica de interferência no
RNA. É complicado isso, eles estão tentando fazer, mas não encontraram ainda o
ratinho para conseguir essa interferência no RNA. Não conseguiram encontrar o
ratinho, os pesquisadores ainda não têm o rato para começar o início das
pesquisas. Parece que, agora, já encontraram alguns.
Nós temos catalogadas só no Brasil dezoito tipos de
doenças sobre as Ataxias. As mais comuns aqui são a SCA3, que é a sigla em
inglês da Ataxia espinocerebelar SCA3, que a gente chama de SCA, a SCA3, que é
a Machado-Joseph. Nós temos a Friedreich, que também é muito conhecida aqui, e
a cubana. Essa doença provém dos Açores. Hoje, devido às pesquisas, também a
acharam na África e na Ásia, em todos os lugares por onde passaram os
colonizadores portugueses. A doença está disseminada praticamente no mundo inteiro.
Nós temos hoje, numa população mundial, em termos de pesquisas feitas pela
Universidade de Valladolid, na Espanha, em torno de 1% da população afetada,
portadores, fora os que estão sendo diagnosticados, e familiares, também, dos
portadores de Ataxia. Eu sei, porque tenho a minha esposa, que está ali,
Cíntia, que é portadora de Ataxia; a Graça, também, que é portadora de Ataxia -
as duas são biólogas - junto com o seu marido, o Eduardo. A dificuldade em
trazer os portadores de Ataxia é muito grande, porque existem várias pessoas
que já não conseguem andar.
Dentro do Rio Grande do Sul, a grande preocupação
nossa, junto com o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, é mapear a doença no
Rio Grande do Sul. Nós temos calculado entre oitenta mil já catalogados, portadores de Ataxia, fora os parentes
- com eles, calculamos em trezentas mil pessoas os portadores. Eu não estou
“chutando” isso, não; essa é uma pesquisa que ainda não está comprovada, mas é
o que os médicos, dentro do nosso Congresso sobre Ataxia, afirmam; isso só no
Rio Grande do Sul. Agora, no Brasil inteiro... Precisaríamos mapear
principalmente Santa Catarina, que tem incidência de imigrantes açorianos; o
Estado de São Paulo, a Bahia e o Nordeste também. No Nordeste também a
incidência é muito grande.
Um
portador de Ataxia - dentre essas 28 catalogadas hoje -, para os senhores terem
uma idéia, não tem direito a nada. Essa enfermidade não está no Código das
Doenças Degenerativas do SUS, do Ministério da Saúde. A Cíntia, que é a minha
esposa, era professora, funcionária pública de Porto Alegre, ela está
aposentada. Só foi aposentada porque o médico que diagnosticou a doença no pai
dela - o pai era também funcionário público da Prefeitura -, que deu
aposentadoria para ele, foi o que depois diagnosticou a mesma enfermidade na
filha; foi o mesmo neurologista, soube da doença e deu aposentadoria a ela.
Senão, ela estaria hoje tendo que arrumar um diagnóstico de qualquer outra
doença para poder ser aposentada, porque a enfermidade não está na categoria do
SUS. Nós estamos brigando por isso.
Foi
muito importante o que os Srs. Vereadores aprovaram aqui no dia 25 de setembro,
o Dia
Municipal da Luta contra a Ataxia Dominante. Nós vamos ter, agora, um Dia Municipal aqui, no Rio Grande
do Sul, para a gente poder promover, junto com a Câmara Municipal, junto com o
Poder Público, audiências, conferências, para ver se a gente consegue
esclarecer à população, esclarecer aos médicos o que é a Ataxia.
Nós
temos vários e vários relatos de pessoas. Eu mesmo e o Eduardo fizemos uma
visita a um médico da Assembléia Legislativa, e a primeira coisa que ele
perguntou para nós foi: “O que é Ataxia?” É difícil. O próprio médico da
Câmara, quando fomos pedir uma Audiência Pública, não sabia, mas, a partir daí,
ele ficou conhecendo a Ataxia, participou de congressos e atualmente até nos
ajuda em alguns relatórios também. Hoje, a grande dificuldade dos portadores é
ter essa acessibilidade, de várias formas, não só em relação à aposentadoria,
mas ao tratamento, porque é uma doença que, apesar de não ter cura, tem alguns
tratamentos, através de fisioterapia, através de remédios, para acalmar certas
dores, pois dá muitas cãibras na pessoa. Eu convivo com isso 24 horas, em casa,
com a minha esposa.
Então,
quero agradecer, em nome da Associação dos Portadores de Ataxias, ao Ver.
Carlos Comassetto, que propôs o Projeto de Lei - aprovado pelos senhores - que
inclui no Calendário Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre o Dia de
Luta Contra a Ataxia Dominante, ou Doença Machado-Joseph. A incidência maior no
Rio Grande do Sul é a Doença Machado-Joseph. Quero agradecer não só em nome dos
parentes e portadores de Ataxia, mas também em nome da Associação do Mal de
Alzheimer, da Associação do Mal de Parkinson, da LEA; todos eles me pediram que
eu agradecesse aos Vereadores, à Câmara Municipal de Porto Alegre pela
aprovação do Projeto e, em especial, ao Ver. Carlos Comasseto, que elaborou o
Projeto, que está com o pessoal da Ataxia há mais de 15 anos. É um companheiro
que sempre esteve junto na luta contra essa doença - como diziam os
inquisidores - maldita.
Nos
próximos dias 25 e 26 estará ocorrendo o 1º Congresso Regional das Doenças
Hereditárias, degenerativas, no anfiteatro da AMRIGS, onde será entregue o
Projeto de Lei, na abertura dos trabalhos. Lá vão estar representadas:
Associação do Mal de Alzheimer, Associação do Mal de Parkinson, LEA, APDI. Pela
primeira vez vamos tentar reunir todas as associações, para tirarmos alguma
política pública em relação a isso, principalmente à Ataxia, porque para o Mal
de Alzheimer há remédios e a possibilidade de cura, já que a pesquisa está
muito adiantada. O Mal de Parkinson também, mas a Ataxia não. Ela foi
diagnosticada em 1991, é muito nova, e nenhum laboratório investe num ratinho,
na cura de uma doença, porque ele não sabe se vai ter lucro ou não para vender
os futuros remédios.
Eu
não falei tudo, mas gostaria que os senhores tomassem conhecimento dessa
doença, porque ela é realmente terrível não só para quem é portador, mas também
para os seus parentes, que sofrem discriminação, sofrem todo o tipo de
brincadeiras e fofocas maldosas.
Quero agradecer à Câmara Municipal, em especial ao
Ver. Carlos Comassetto e a vocês. Temos nosso site, por favor, busquem
informações, vamos passar adiante o conhecimento sobre essa doença, que é mais
conhecida como “Mal dos Açores”. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Muito
obrigado, Sr. Clemente. Convido V. Sª a fazer parte da Mesa.
O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Em nome da
Bancada do Partido Progressista, composta pelo Ver. João Antonio Dib, nosso
Líder; pelo Ver. Beto Moesch e por este Vereador, quero dar as boas-vindas ao
Sr. Clemente Viscaino, à sua esposa Cíntia, ao Sr. Eduardo Hamenschlager e à
sua esposa, Maria da Graça; eles vêm a esta Casa alertar, divulgar e transmitir
conhecimentos sobre essa doença aos Vereadores.
Quero informar que eu era totalmente ignorante
sobre o assunto. Agradeço-lhe, Clemente, por ter me informado e informado
também os Vereadores e a população, através da TVCâmara, a respeito dessa
importante luta que a Associação dos Amigos, Parentes e Portadores de Ataxias
Dominantes está se envolvendo. Muito obrigado por ter nos orientado e disponha
da ajuda da Bancada do Partido Progressista. Cumprimento também o Ver.
Comassetto, que trouxe essa lei à Casa, pois isso vai ajudar a divulgar e, se
possível, prevenir e resolver esse problema das trezentas mil pessoas no Rio
Grande do Sul portadoras da doença, uma enfermidade que precisa entrar no
código do SUS, para que os portadores sejam amparados pela nossa Previdência.
Meus parabéns e muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Luiz Braz
está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, nós queremos
cumprimentar o Sr. Eduardo, Presidente da Associação dos Amigos, Parentes e
Portadores de Ataxias Dominantes. Esta Casa se sente honrada em poder se
incorporar a essa luta através da votação do Projeto. Mas não podemos ficar só
nisso, devemos estar presentes nas ações, para que esse grupo de portadores
possa ter todo o amparo devido. Assusta-nos muito a notícia que aparece hoje
nos jornais, dizendo que os gastos com remédios especiais sobem vinte vezes em
três anos. Ora, nos últimos tempos, temos tido o surgimento de muitas das
chamadas doenças especiais, e essas doenças requerem medicamentos
especialíssimos pois são fabricados em laboratórios e custam realmente muito
caro. Então, os portadores dessas doenças, para fazer frente a esses males, têm
que contar com a ajuda do Governo. Infelizmente, temos notado que nos últimos
tempos os Governos têm-se refreado em relação àquela obrigação que tem de apoiar
os grupos que sofrem com essas doenças especiais, enfermidades surgidas nos
últimos tempos. Essa luta auxilia no sentido de todos nós ajudarmos não apenas
os portadores de Ataxias, mas os portadores de todas as doenças chamadas
especiais, que surgiram nos últimos tempos, eles têm de receber uma compreensão
melhor de toda a sociedade. Muito obrigado por sua vinda à Casa.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Ervino Besson; quero aqui, em nome da minha Bancada, a do
Partido dos Trabalhadores, cumprimentar o Sr. Eduardo, Presidente da Associação
dos Amigos, Parentes e Portadores de Ataxias Dominantes, e o Sr. Clemente
Viscaino, que discorreu à comunidade de Porto Alegre sobre a complexidade dessa
doença, sobre todas as suas conseqüências familiares, estruturais. E agradeço a
todos os colegas Vereadores, que aprovaram, por unanimidade, o Projeto. Quero
dizer que a nossa próxima luta é fazer com que as estruturas públicas - sejam
municipais, estaduais e federais - reconheçam a doença como uma enfermidade
existente e que gera muitas dificuldades pessoais, familiares e estruturais.
Estruturas públicas como o Município de Porto Alegre, em relação à estrutura da
Previdência Municipal, ou mesmo o IPE, em nível de Estado, ou INSS em nível
nacional.
Portanto, o dia 25 de setembro, o Dia Municipal da
Luta contra a Ataxia Dominante, que nós acabamos de aprovar - e a própria
Associação vai inaugurar o seu congresso na quinta-feira - será um momento,
sim, de reflexão, de fazer com que a sociedade se envolva nesses temas; assim,
politicamente, poderemos fazer com que as estruturas públicas passem a
reconhecer e a incluir na lista de doenças protegidas legalmente, para que as
pessoas possam ter - como o senhor bem citou - desde a sua aposentadoria até a
medicação, como foi trazido pelos colegas Vereadores, porque hoje os portadores
ficam à margem das estruturas públicas.
Portanto, quero aqui lhe cumprimentar em nome da
Bancada do Partido dos Trabalhadores, receba o nosso abraço e boa luta! Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Muito
obrigado, Ver. Carlos Comassetto.
O Ver. Dr. Raul está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente, Ver. Ervino
Besson; eu saúdo, em nome da Bancada do PMDB, o Sr. Eduardo, que preside a
Associação dos Amigos, Parentes e Portadores de Ataxias Dominantes. Como
médico, já tive a oportunidade de acompanhar alguns casos, nós sabemos da
dificuldade dessas doenças neurológicas degenerativas e do seu reconhecimento
efetivo. O que esperamos, nesse Dia Municipal de Luta contra a Ataxia
Dominante, é sensibilizar, realmente, todas as entidades públicas e privadas; é
importante que toda a sociedade tenha conhecimento da Ataxia Dominante como uma
doença que merece investimento por parte dos laboratórios, dos hospitais, para que haja,
realmente, tratamentos mais eficientes e mais efetivos. Precisamos também nos
unir no sentido de que haja um reconhecimento previdenciário, em todos os
níveis, das pessoas portadoras, porque são doenças de difícil cura -
praticamente, não existe cura -, mas podemos dar um conforto maior aos
portadores. Esse conforto passa, com certeza, pelo reconhecimento da doença e
pela maneira de encará-la, inclusive pela classe médica, pois, como foi citado
pelo Sr. Eduardo, muitos não conhecem a doença. A Ataxia precisa ser
diferenciada em termos de SUS, precisa de um atendimento e de uma visibilidade
constante. É junto a isso que nós nos unimos, somos parceiros como Bancada do
PMDB, como médico e membro desta Câmara Municipal de Vereadores.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson):
Obrigado, Ver. Dr. Raul.
O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Sr.
Presidente, Ver. Ervino Besson; nobres colegas, eu quero cumprimentar o Sr.
Eduardo Hamenschlager, Presidente da Associação dos Amigos, Parentes e
Portadores de Ataxias Dominantes. Sr. Eduardo, que o Dia Municipal de Luta
contra a Ataxia Dominante seja também um grito, um brado de revolta para a
situação da Saúde brasileira. Hoje o jornal Zero Hora publica a preocupação de
o Governo estar gastando vinte vezes mais com medicamentos via Liminares. Nós
teríamos que estar muito mais preocupados em ver o quanto está se gastando, se
as liminares fossem necessárias; se o povo que não está tendo o remédio, se ele
não tem direito à vida. Então, eu quero parabenizar a Casa pela aprovação do
Projeto do Ver. Carlos Comassetto, e que seja um grito contra isso tudo,
gerando mais saúde e direito à vida, pois todo o brasileiro tem direito a isso.
Recebam
a minha solidariedade em nome do Partido do Democratas; estamos à disposição
para rever não só a Ataxia, mas todas as enfermidades que hoje carecem de
investimento público, estamos na defesa da vida do cidadão brasileiro. Quero
agradecer e coloco-me à disposição. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Não
há mais Bancadas inscritas. Nós agradecemos a presença do Sr. Clemente Viscaino
e dos que se manifestaram pelas Bancadas. Suspendemos os trabalhos para as
despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h37min.)
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini - 14h38min): Retomando os trabalhos, colocamos em
votação as Atas disponíveis nas Pastas Públicas do correio eletrônico: Atas das
55ª, 56ª, 57ª, 58ª e 59ª Sessões Ordinárias. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS.
O
Ver. João Carlos Nedel solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares
no dia 23 de setembro de 2008. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
aprovam o Pedido de Licença permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O
SR. BETO MOESCH (Requerimento): Sr.
Presidente, nós estamos encaminhando este Requerimento à Comissão de Saúde e
Meio Ambiente - estava falando com a Presidente Neuza Canabarro - e à Mesa para
que possamos nos somar à campanha de doação de tecidos e órgãos que a Santa
Casa lançou hoje pela manhã. Vamos, também, encaminhar à Secretaria Municipal
de Saúde, para que a campanha seja divulgada nos postos de saúde. Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini):
Obrigado pela manifestação. Solicito que seja encaminhado via Presidência da
Comissão de Meio Ambiente, para que ingresse, assim, nos trâmites formais da
Casa. Obrigado.
Passamos
ao
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra em Grande Expediente.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, Ver. Carlos Todeschini; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, senhoras e senhores, todas as eleições são marcadas por propostas
de candidatos - tanto os majoritários como os proporcionais - que afirmam para
a população que vão trabalhar para conter a alta dos tributos; aliás, eles
dizem que vão baixar os impostos! Só que todos os que fazem essas propostas não
conseguem dar o exemplo de como vão fazer para baixar os tributos. A verdade é
que, sai ano, entra ano, o que nós vemos é que os tributos continuam sendo
majorados. E, olha, Ver. Todeschini, estou dizendo isso sendo Relator da Lei de
Diretrizes Orçamentárias e sabendo que nós, aqui na Câmara Municipal, temos a
responsabilidade de votar um Orçamento para o próximo ano, mas neste Orçamento
nós vamos ter que agora, na Lei de Diretrizes Orçamentárias, fazer uma opção
sem mesmo saber quem vai governar esta Cidade nos próximos quatro anos.
Então,
na verdade, quando chegar a hora de votarmos a Lei Orçamentária, nós vamos
saber quem vai dirigir a Cidade nos próximos quatro anos; mas agora, na votação
que vamos fazer da LDO, o Vereador fará a opção sem saber como vai ser o futuro
em relação à Administração da Cidade. Por isso deveríamos ter um compromisso,
Ver. Guilherme Barbosa - todos nós aqui na Casa -, de dizer “não” às promessas
feitas para os eleitores na hora de cada eleição. Devemos tentar, pelo menos,
que cada ato nosso não seja simplesmente um ato sem o compromisso de conter
esse crescimento tributário não só aqui no nosso Município, como no Estado e na
União. Eu estava lendo aqui, Ver. Barbosa, que em 1996 a carga tributária no
País estava por volta de 26% do PIB, e hoje ela é de 37% do PIB. Se
continuarmos votando orçamentos tentando suprir as necessidades da população
com aumento de tributos, daqui a pouquinho vamos estar com 50% do PIB e não
vamos ter, na verdade, o serviço de volta, algo que a população realmente
precisa.
O
Sr. Guilherme Barbosa: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu fiquei tentado a fazer este
aparte, Ver. Luiz Braz - agradecendo a oportunidade -, quando V. Exª estava
colocando no tempo a situação da nossa tarefa de votar a LDO, exatamente porque
não temos definição com relação à próxima Administração. Creio que a maioria
sempre trabalha assim, mas é mais uma razão de trabalhar assim, porque, ao não
saber quem será o dirigente da Cidade nos próximos quatro anos, só resta a nós
uma tarefa: fazer aquilo que achamos que é melhor para a Cidade, independente
de quem seja o Prefeito que virá. Claro que cada um de nós pensa o que é melhor
para a Cidade; isso é o que enriquece a vida democrática. Mas que este seja o
único pensamento: trabalhar e votar aquilo que é melhor para Porto Alegre.
Obrigado.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver.
Guilherme, nós já temos a Lei Complementar Federal que oferece uma série de
dificuldades para quem quiser fazer algum tipo de isenção ou dar algum tipo de
benefício em relação aos tributos. Agora, por exemplo, vem no texto da LDO
também, além dessas restrições que são feitas através da Lei Complementar nº 101,
mais uma restrição que estamos inclusive aconselhando para retirarmos,
dificultando qualquer tipo de possibilidade que tenhamos de mexer com os
tributos, para, pelo menos, dar benefícios a algumas camadas da população que
já não conseguem mais nem sobreviver, quanto mais arcar com o ônus de pagar
tributos, para que o restante da sociedade possa, de alguma forma, viver
melhor.
E
eu dou um exemplo, Ver. Todeschini, de alguma coisa que foi feita, com a qual
não concordo, por isso continuo lutando para que haja uma modificação: falo do
IPTU que é cobrado dos aposentados que recebem até três salários mínimos e que
são donos de um imóvel. Os aposentados proprietários de um imóvel que ganhassem
até três salários mínimos, Ver. Beto Moesch, até bem pouco tempo, eram isentos
desse pagamento. Veio uma legislação, há uns dois anos, modificando, eu não
concordei, tentei reverter, mas não consegui, entretanto vou continuar lutando,
ou pelo menos vou apoiar as pessoas para que continuem lutando, para que essa
justiça possa ser feita.
Em
relação à restrição que foi feita, em que há isenção do pagamento do imposto
para imóveis de até 60 mil UFIRs, lembremos do proprietário de um imóvel que
valha 61 mil UFIRs: ele acabe pagando o imposto, tendo, na verdade,
praticamente o mesmo status do outro, ele é aposentado e ganha
até três salários mínimos. Então, sugeri ao Governo que todos os proprietários
de imóvel cujo valor atinja até 61 mil UFIRs fiquem isentos do pagamento do
tributo, que somente aquelas pessoas cujo imóvel ultrapassasse o valor de 61
mil UFIRs paguem o imposto. E não consegui fazer essa proposta passar.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte?
O SR. LUIZ BRAZ: Com muito prazer, Ver. João Dib.
O Sr. João Antonio Dib: Nobre Ver. Luiz Braz, quando da votação
do Projeto, eu havia feito uma Emenda nesse sentido, mas a Câmara parece que
foi insensível. O Projeto entrou aqui e sem parecer - pelo malfadado art. 81
da LDO -, o Secretário fez uma exposição, e no outro dia votaram. Depois, eu
apoiei o Projeto de V. Exª, pois é um Projeto que faz justiça. Se eu sou
liberado do pagamento do imposto em razão de o meu imóvel não atingir 60 mil
UFIRs, como é que eu vou pagar o tributo, na sua totalidade, pelo fato de o
imóvel custar 61 mil UFIRs? E não sobre o excedente, ou seja, sobre mil UFIRs.
Eu acho que, na primeira oportunidade, nós temos que voltar a essa proposta.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver. João
Dib, quando formos votar o Orçamento, vai ser o momento de a gente rever o que
fizemos e que não conseguimos desfazer lá atrás. Eu acho que vai ser o momento
agora, na votação do Orçamento para o ano que vem.
O
Sr. Beto Moesch: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, eu quero me somar
também ao que o Ver. Dib colocou. Nós sempre conversamos muito sobre essa
questão de estimular certas atividades, certas pessoas, no caso, que recebem
até três salários mínimos. O que também está acontecendo - só para aproveitar o
debate - é que essas pessoas estão sendo quase que obrigadas a vender esses
imóveis, pressionadas pela especulação imobiliária, o que acaba trazendo,
portanto, não só uma injustiça com relação a quem está pagando sem condições de
pagar, mas impactando e gerando vários tipos de outros conflitos naquele
quarteirão, naquele bairro. E quero dizer que, infelizmente, com relação à
questão tributária, nós temos, historicamente - não é de agora -, uma
concentração de tributos que fica para a União, em detrimento dos Estados e
Municípios, o que gera um problema gravíssimo de termos que ir a Brasília
conseguir recursos que deveriam já estar aqui no Município. Obrigado.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver. Beto
Moesch, Técnicos da Fazenda chegaram a me fazer a seguinte sugestão: “Quem sabe
se amplia essa faixa, passa de 60 para 80?”. Mas não adianta nada, nós vamos
continuar fazendo injustiça assim. O problema não está nas 60 mil UFIRs, nas 80
mil UFIRs; o problema está no fato de que quem está um real além disso tem que
começar a pagar. Eu acho que não podemos cobrar tributos dessa forma; eu acho
que temos que fazer uma alteração com relação a isso. A partir de 61, a pessoa
paga um, mas não paga os 61 de uma vez, porque até 60 ela é isento. Deveriam
ser isentos todos aqueles até 60 mil UFIRs.
O
Sr. Beto Moesch: Isso
vem ao encontro de todo o processo de estímulo e incentivo a tributos, algo que
tem dado resultados na Cidade, como é o caso dos prédios tombados, do IPTU
agrícola, do IPTU ecológico e assim por diante.
O
SR. LUIZ BRAZ: Exatamente.
Olha, se isso é uma verdade - eu sei que vários Vereadores aqui desta Casa
pensam dessa maneira -, eu também tenho minhas restrições com relação à forma
de cobrança do ISSQN. Ver. João Dib, o ISS deveria ser apenas o ISS: Imposto
Sobre Serviços. Quando ele fala que é Imposto Sobre Serviços de Qualquer
Natureza, significa que o cara que começou, para poder sobreviver, fabricando
picolé, ele pode realmente ter a menor fabricação do mundo; ele está tentando
sobreviver; ele está tentando fazer o seu início de caminhada industrial, mas
tem que pagar, Ver. Beto Moesch, 5% em cima da sua atividade. Acho que esses 5%
para ele muitas vezes pode ser fatal.
Nós
devemos começar a fazer um estudo, juntamente com o Executivo, seja ele qual
for, no sentido de que o Executivo possa modificar essa forma de cobrar o
ISSQN, para que não seja mais, Ver. Carlos Todeschini - eu acho que seria
realmente uma boa -, o ISSQN. Não é o Imposto Sobre Serviço de Qualquer
Natureza, mas Imposto Sobre Serviço. Aqueles que estão em condições, as
empresas que já estão em condições de fazer a sua colaboração, que a façam.
Porque, senão, vamos acabar tirando o incentivo de muitas pessoas, meu querido
amigo Ver. Goulart, que gostariam de estar iniciando a fabricação de sabão, a
fabricação de picolé, qualquer coisa no gênero, mas que muitas vezes são
impedidas, porque tem um capital muito pequenininho, e eles, quando vêem,
acabam pagando 5%, o que é realmente fatal. Esse dinheiro poderia estar
incentivando-os a aumentar a sua produção.
Então,
este momento que a Casa está vivendo é muito especial. Vai ser mais importante
este momento da LDO para todos nós do que, na verdade, o momento do Orçamento.
Porque, quando votarmos aqui o Orçamento, já vamos ter o ingrediente
político-partidário: “Olha, ganhou a eleição o Partido do Fulano de Tal, então
nós temos que restringir a captação de recursos para que a pessoa possa fazer
menos”. Infelizmente, assim é que pensam algumas pessoas desta Casa. Se ganha o
outro: “Não, nós temos que dar todas as condições para que ele possa captar
recursos, porque ele precisa fazer mais”. Eu acho que esse pensamento pequeno
tem que ser eliminado, aos poucos, de todos os Vereadores que compõem esta
Casa, porque não representamos apenas aquelas pessoas que são vinculadas ao
nosso grupo partidário: nós representamos todo o conjunto da sociedade. Assim,
tanto faz que um ou outro Partido vá dirigir esta Cidade; nós temos que fazer o
possível para que os atos desta Casa sejam atos que beneficiem, de todas as
formas, o conjunto da sociedade. Se começarmos a ter esse grau de consciência,
com toda a certeza, independente do governante, a Cidade vai viver dias
melhores. É isto o que o cidadão espera de nós: que tenhamos consciência de que
estamos aqui para beneficiar o conjunto da sociedade e não apenas para fazer o
crescimento dos nossos Partidos, o que seria muito pouco para o tamanho da
representação que exercemos na Câmara de Vereadores. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O
Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de
tempo do Ver. Marcelo Danéris.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Ver.
Carlos Todeschini, que dirige a Sessão nesta tarde; colegas Vereadores e
Vereadoras, demais pessoas que nos acompanham, em janeiro de 2006, no dia 25,
mais precisamente, foi votada por esta Casa, por unanimidade, a Lei n° 9.941,
cuja Ementa diz: “Denomina comerciantes populares os vendedores ambulantes que
exercem atividade de comércio na modalidade anteriormente denominada ‘camelôs’,
institui os Centros Populares de Compras no Município de Porto Alegre e dá
outras providências”. Eu não estava na Casa - estava ainda na suplência -, não
votei a lei, mas a minha Bancada votou, apresentou algumas Emendas, que não
foram aprovadas, e havia, segundo relato feito, um grupo grande de camelôs que
pediam aos Vereadores que aprovassem a lei. Um ano depois, o Governo Municipal,
no dia 22 de janeiro de 2007, produz o Decreto, para regulamentar a Lei citada,
n° 15.472. Agora se está encaminhando para a finalização a construção do Centro
Popular de Compras - o primeiro, porque, pelo que se depreende da Lei, pode
haver vários na Cidade. Esse primeiro fica por cima do Terminal Rui Barbosa e
do Terminal Tamandaré, que fica entre a Av. Júlio de Castilhos e a Av. Mauá,
constituindo um equipamento único no bairro Centro, o Centro Popular de
Compras, que está sendo chamado popularmente de “camelódromo”.
Neste
ano dirijo a Comissão de Direitos Humanos, e começamos a receber, nessa
Comissão, grupos de pessoas trazendo questões ligadas a essa lei e à ocupação
do camelódromo. Inicialmente as pessoas vieram se queixar do processo que havia
sido realizado pela SMIC para a ocupação dos oitocentos boxes para onde irão os
futuros empreendedores populares. Defendiam eles, os que vieram, que a
definição deveria ser por sorteio; todos os que estivessem registrados na SMIC
participariam do sorteio - igualdade para todos, portanto. A SMIC realizou uma
reunião com dez representantes de feiras diferentes, de locais diferentes da
Cidade, quando passou a primeira questão, que vai contra o próprio Decreto. O
Decreto cita cinco locais; a SMIC levou dez locais para definir. Dizem aqueles
que se queixaram que a SMIC sabia que o critério defendido por ela seria
derrotado por aquelas cinco, e colocou mais cinco fora do Decreto. Mesmo assim,
deu empate na reunião: foram cinco a cinco, e a SMIC, então, desempatou pelo
critério da antigüidade da feira.
O
questionamento é que não é por antigüidade na feira, porque há algumas pessoas
que são da feira, estão ali há um ano, e há outros que estão na feira mais
recentemente, mas já há dez anos na rua, e mesmo assim esses não terão acesso,
pois haverá uma fila de espera. O critério da SMIC terminou sendo injusto:
algumas pessoas recém-chegadas, mas que participam de uma feira mais antiga,
irão para o camelódromo; e algumas que estavam antes, mas numa feira mais
recente, não irão para o CPC - Centro Popular de Compras. Em seguida, recebemos
um outro grupo de pessoas, de comerciantes estabelecidos no entorno da Praça
Rui Barbosa, principalmente aqueles comerciantes da Galeria Central, pessoas que
têm lá o seu negócio há 20 ou 25 anos. Eles vieram dizer que dois terços dos
seus fregueses eram exatamente dos passageiros dos ônibus daquela região e que,
durante a obra, até aceitavam que o ambiente ficasse fechado, mas que agora,
com a obra concluída, ficam surpresos porque a SMIC manteve fechado o espaço.
Nós fomos lá olhar, e de fato a SMIC fechou, Ver. Dib, todo o Centro Popular de
Compras com elementos de concreto de 60 centímetros e mais uma grade de dois
metros, forçando as pessoas a circularem apenas pelas laterais e pelo
camelódromo, deixando muito mal os comerciantes que já estavam lá
estabelecidos. Eles disseram: “Esta é uma prática da atual Administração, pois
nunca foram procurados pela SMIC para nos relatar sobre a construção do
camelódromo”.
Depois de a SMIC ter se comprometido conosco na
reunião da CEDECONDH, marcamos dia e hora com o Sr. Walter, o Chefe da
Fiscalização; dois dias depois fomos lá, e onde estava a SMIC?! A SMIC não
compareceu. E, repito, o Sr. Walter, Chefe da Fiscalização, estava na reunião e
disse que estaria lá. Eles se comprometeram, há cerca de um mês, de abrir uma
parte daquele espaço, o que daria um acesso razoável a esses comerciantes, mas
até a última sexta-feira esse local não estava aberto. Claro, o Centro ainda
não está funcionando, mas nós estamos vigilantes, porque, senão, vai ser um
baque muito grande para esses comerciantes que estavam lá muito antes do
camelódromo, eles vão ter, inclusive, concorrência, na parte superior, com
lanchonetes e restaurantes.
O Sr. Haroldo de Souza: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Guilherme Barbosa, V. Exª tem plena
razão, também estamos empenhados com relação a isso. Vossa Excelência disse
que, na sexta-feira, não tinha sido feita ainda a abertura na parte de baixo do
camelódromo.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Não, tinha
sido executada a abertura.
O Sr. Haroldo de Souza: Exatamente,
para que as pessoas possam chegar até aqueles comerciantes que estão ali há 20,
30, 40 anos. Concordo plenamente com V. Exª e quero comunicar que hoje,
segunda-feira, também não está aberto. E não estamos exigindo que aquilo ali
seja feito, indiscutivelmente,
sem cores Partidárias, mas em benefício daquelas pessoas que estão ali postadas
há 20, 30 anos, pessoas que não podem ser prejudicadas por uma ação da SMIC.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Perfeito,
muito obrigado.
Bom,
continuo ainda a história do camelódromo e da vinda das pessoas. Agora, as
pessoas estão sendo chamadas para assinarem o contrato. Esse contrato nos
espanta muito, porque é uma relação, única e exclusivamente, entre os camelôs -
os futuros empreendedores populares, eles passarão a ser chamados assim - e a
empresa construtora do CPC, a Verdi Construções, que também se chama Verdicon;
é um contrato leonino, a favor da empresa. Os camelôs terão que pagar
semanalmente essa empresa.
Eu
pergunto aos colegas Vereadores, ao Ver. Brasinha, que é comerciante, se tem
notícias de algum contrato de locação semanal? Pois os camelôs terão que pagar
todas as segundas-feiras, está aqui no contrato, e, com isso, há uma
“malandragenzinha!” No final do ano, como muitos dos meses não tem exatamente
28 dias úteis, a empresa vai ganhar três semanas a mais. Eu nunca vi uma coisa
dessas! É a exploração de uma empresa em cima do humilde. Se não houver
inadimplência, dos 14 milhões de reais que aplicou, a empresa terá um
rendimento de 30 milhões de reais - estou dizendo esse número, porque está na
planilha de cálculo da verificação de custo e benefício da empresa, que está
guardada em meu gabinete. É um negócio fabuloso: além dos 14 milhões de reais,
vai tirar 30 milhões de reais, se não houver inadimplência; mas eu acho que,
infelizmente, vai haver.
Nós
ficamos sabendo aqui que os boxes não têm, todos, as mesmas áreas. Foi
anunciado em jornais, no Diário Oficial, que todos os boxes eram de dois metros
quadrados; ficamos sabendo que há cinco tamanhos de boxes, alguns têm três
metros quadrados. Por que eles fizeram isso? Para ter área para outro tipo de
comerciante, a escolha do empreendedor para vender a área, Ver. João Antonio
Dib. Terão áreas grandes para vender, o que está totalmente contra a lei
aprovada por esta Casa. A Lei n° 9.941, no seu art. 2º - que V. Exas.
Aprovaram, eu não votei porque não estava aqui -, diz claramente que o Centro
Popular de Compras é destinado a comerciantes populares, espaço para pessoas
físicas, jurídicas que exerçam atividade e comércio na modalidade anteriormente
denominada “camelôs” - única e exclusivamente para isso. Então, a empresa, com
autorização da SMIC, diminuiu a área de muitos boxes para vender área para
outros, é contra a lei!
E
com isso já se tem notícia de que uma empresa de celular do Município comprou a
área por 30 mil reais, Ver. Dib! Aquilo lá, segundo a lei, é para os pequenos
camelôs, porque há lista de espera! Há menos camelôs do que seria possível! E a
lei também diz: “Se não estiver no camelódromo, não mais poderá trabalhar na
rua”! Então, nós vamos ver as pessoas sem terem onde trabalhar, enquanto
empreendedores estabelecidos, com capacidade financeira, terão um espaço
privilegiado no local. Não foi para isso a criação do camelódromo, não foi
isso, eu tenho certeza, que V. Exas. votaram.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Guilherme Barbosa,
eu concordo com V. Exª que é sério e grave o prejuízo para os comerciantes
estabelecidos, há décadas, na Praça Rui Barbosa. Eu conheço muito bem a Praça
Rui Barbosa, porque o primeiro terminal de ônibus foi feito por mim, quando eu
era Assistente Técnico da Secretaria de Transporte, isso no ano de 1961 - já
faz tempo!
O
SR. GUILHERME BARBOSA: E
este Vereador, enquanto Secretário, fez aquela cobertura bonita.
O
Sr. João Antonio Dib: Estavam
lá, portanto, eu conheço bem, e V. Exª também. Agora, a lei não diz que devam
ser todos os boxes do mesmo tamanho. Vejo que V. Exª acaba de ler o art. 2º da
lei. Acho que um tipo de comércio com dois metros quadrados consegue resolver o
problema; o outro precisa de dez - eu não sei, não estou defendendo nem um, nem
outro. Agora, o que eu lastimo profundamente é que o número de camelôs nas ruas
da Cidade aumentou nos 16 anos da Administração do Partido dos Trabalhadores.
Lastimo, lastimo profundamente que isso tenha acontecido, a Cidade se tornou um
inferno - eu, quando fui Prefeito, fiz a Quadra 1 e a liberei para essa
atividade. Hoje não é possível passar no cruzamento da Av. Voluntários da
Pátria com a Rua Senhor dos Passos, ou na continuação da Dr. Flores. É um
tumulto só! Realmente, é preciso encontrar uma solução drástica. E nem pensar
que eles venham a trabalhar nas ruas depois de instalado o camelódromo! Nem
pensar!
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Bem,
esse é o drama, Ver. Dib! Porque aumentou no nosso período, é até possível,
aumentou, mas também aumentou nos três anos e pouco do Prefeito Fogaça.
Agora,
não se pode dar espaço num local público da Cidade para empresários, que têm
condições financeiras e deixar de fora os camelôs, que não têm outra condição.
Eles estão chamando o contrato de “sentença de morte”, porque, em relação a um
boxe padrão, Ver. Dib, de 4 metros quadrados, o valor por metro quadrado é de
24,96 reais por semana, o que dá 400 reais por mês, mais a vigilância, a água e
a energia elétrica, elevando para 500 reais, tranqüilamente. Para quem tem um
boxe de 5 metros quadrados - alguns terão -, o valor vai para 500 reais fixos,
pagos por semana! Infelizmente, vai ser uma quebradeira, e aquilo vai se tornar
- e digo isso infelizmente, porque poderia ser uma saída - um elefante branco
no Centro da Cidade. Sem falar na construção do estacionamento, que apareceu no
meio do caminho, que era ilegal e seria explorado por uma empresa, mas, por
iniciativa da Verª Sofia e deste Vereador - nós fomos ao Ministério Público -,
ficou estabelecido que a Verdicon, Verdi Engenharia, poderia construir, mas não
operar. Tanto que haverá outra licitação para outra empresa operar. Queriam
enfiar goela abaixo essa outra ilegalidade, contra a licitação, mudando o
objeto da licitação completamente. Então, houve a mobilização de oitenta
pessoas, elas vieram aqui na sexta-feira, numa reunião urgente da CEDECONDH,
depois fomos até a Prefeitura e fomos recebidos, meio na marra, pelo Secretário
Bulling e pela Secretária Substituta da Governança. Quarta-feira haverá nova
reunião para verificar todos esses itens que estou levantando, porque parece
que uma boa idéia está se transformando num grande problema.
E,
por último, achava que ele seria todo fechado nas laterais, Ver. Dib, porque
embaixo temos os ônibus funcionando e emitindo gases. Eu achava que seria todo
fechado nas laterais. E não será! Terá aberturas, e eu tenho medo do nível de
intoxicação que poderá provocar nas pessoas, nos camelôs e usuários. Isso é uma
coisa muito séria, e não sei como vai ser resolvida! Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini):
Como não há Lideranças inscritas, passaremos ao período da Ordem do Dia.
Solicito a abertura do painel para verificação do quórum. (Pausa.) Registramos
a presença de catorze Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, não temos
quórum para entrar na Ordem do Dia.
O
Ver. João Bosco Vaz está com a palavra.
Passamos
às
O
Ver. Almerindo Filho está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O
Ver. Elias Vidal está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo
do Ver. Haroldo de Souza.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Carlos Todeschini; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, eu conversava com o meu querido amigo que me cede o tempo, o Ver.
Haroldo de Souza, mostrando que eu havia recebido este livro do também amigo
Fernando Neubarth, que é o Presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia,
e lia aqui na contracapa uma frase que é a apresentação do livro (Lê.): “O que
se pretende não é apenas apontar caminhos, mas reafirmar, com toda a convicção,
a importância de termos na entidade que nos congrega, enquanto especialistas,
um estímulo ao que nos é fundamental, algo que poderíamos definir como uma linha
institucional de ‘caráter’”.
Caráter,
segundo Gaulle, é a virtude dos tempos difíceis; e nós realmente vivemos tempos
difíceis, com muita falta de caráter, especialmente no Congresso Nacional - com
isso o Haroldo de Souza e eu concordamos que seja verdadeiro. O livro chama-se Rheuma & Ethos, fala
muito sobre a ética, o que realmente é outra coisa que está faltando não só no
Congresso Nacional, mas em outros lugares mais próximos também. Diz aqui (Lê.):
“Ética: do grego ethos - costume, modo habitual de agir, hábitos. Para
Aristóteles os saberes práticos eram agrupados sob o rótulo de ‘filosofia
prática’, que abarcava a Ética, a Economia e a Política; sendo a Ética o saber
prático destinado a orientar a tomada de decisões prudentes que nos levam a
conseguir uma vida boa”. Mas essa vida boa não é para si mesmo, essa vida boa é
para a coletividade. Portanto, se tivéssemos no Congresso Nacional, em
especial, ética e caráter, posso ter a tranqüilidade de dizer que viveríamos melhor neste País.
O Congresso tem 513
Deputados Federais, e em nenhuma vez os 513 estiveram reunidos, nem no dia da
posse os 513 estavam lá, e há 513; mas tem gente querendo que haja mais
Deputados Federais. Precisávamos diminuir o número de Deputados Federais,
diminuir o custo do Congresso Nacional e das tantas posições que demonstram
falta de caráter e de ética lá no Congresso, para que, gastando menos nas
atividades legislativas do Congresso Nacional e tendo menos gente para fazer
emendas e propor leis, as mais esquisitas, pudéssemos usar mais recursos para o
crescimento deste País, que precisa crescer de forma acelerada, porque temos 8
milhões e 512 mil quilômetros quadrados; um milhão de quilômetros quadrados
menos que os Estados Unidos. Temos 27 Estados, quando os Estados Unidos têm 50;
lá há 435 Deputados Federais, que se elegem de dois em dois anos. Se tivéssemos
a mesma proporção que os Estados Unidos, que têm 100 milhões de habitantes a
mais do que nós, têm um milhão de quilômetros quadrados a mais do que nós, têm
centenas de bilhões de dólares do seu Produto Interno Bruto a mais do que nós,
teríamos 234 Deputados.
Se houvesse caráter, se houvesse ética no Congresso Nacional, ele daria o exemplo para o resto do País diminuindo o número de Deputados Federais, aquele Congresso custa muito caro para este País e produz muito pouco. Um Congresso que reclama das Medidas Provisórias, mas que todos os dias aprova uma Medida Provisória; os Deputados vão à tribuna e dizem que isso é uma barbaridade, é um abuso do Presidente mandar Medidas Provisórias. Aí ouvimos no Senado a mesma coisa, que temos que terminar com isso, mas eles aprovam as Medidas Provisórias. É tão simples, está escrito na Constituição quando é que cabe ou não uma Medida Provisória, mas o Presidente mandou uma para fazer o Ministério da Pesca! Na Constituição Nacional, jurada por todos os 513 e mais os 81, não pode ser aceita tal proposta do Presidente da República. Por isso eu e meu amigo Haroldo de Souza queremos mais ética e mais caráter. Saúde e PAZ!
O SR. ERVINO BESSON: Meu caro
Presidente, Ver. Todeschini; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham
nas galerias e pelo Canal 16 da TVCâmara, eu queria saudar a todos.
Quero iniciar a minha fala com uma frase que há
pouco o nosso querido colega Ver. João Antonio Dib pronunciou: “Nós estamos
vivendo um período extremamente difícil.” Concordo com V. Exª, Ver. João
Antônio Dib. O problema que nós vivemos não só em Porto Alegre, no Estado, mas
também em outras cidades é o da segurança. É extremamente preocupante para os
nossos pequenos e médios comerciantes, essas pessoas que têm uma história aqui
em Porto Alegre, pela sua luta, pelo seu trabalho, por tudo que representam
nessa trajetória para o crescimento da cidade de Porto Alegre. A Cidade está
enfrentando dias preocupantes, extremamente difíceis.
Eu não vou citar o nome, mas vou citar como exemplo
o que aconteceu com um pequeno empresário na semana passada. Ele foi assaltado
duas vezes numa semana, aliás já foi assaltado mais de uma dezena de vezes. Mas
vejam a audácia da marginália, meu caro Presidente! Estavam a pé e, como
tiveram dificuldade para abrir a máquina registradora, levaram a máquina junto,
arrancaram a máquina registradora, colocaram embaixo do braço e saíram a pé com
a máquina!
Nós sabemos que há dificuldade com a nossa querida
e gloriosa Brigada Militar e com a própria Polícia Civil devido à falta de
contingente. Sei, também, que a nossa Governadora está fazendo o que pode. Só
para se ter uma idéia, comparando 1991 com 2008: em 1991, a Brigada tinha 30 mil homens; 30 mil homens na
nossa gloriosa Brigada Militar, e hoje ela possui 19 mil homens. Então, vejam a
diminuição, são mais de 10 mil homens a menos de 1991 até o dia de hoje. É
preocupante! Acho que chegou o momento de a Câmara Municipal, de a Assembléia
Legislativa, enfim, de todas as entidades fazerem um esforço enorme para que
possamos, sim, todos nós, dar a nossa parcela de colaboração à nossa Segurança.
A Brigada Militar faz o que pode com os recursos que tem à mão, a Polícia Civil
é a mesma coisa. Então, vejam que, de 1991 até hoje, tivemos uma diminuição,
são 11 mil homens a menos. E o crescimento populacional o quanto aumentou?
É
uma situação extremamente difícil. Hoje a população vive numa intranqüilidade.
No nosso pequeno comércio, eles têm que viver enjaulados, gradeados, para poder
sobreviver e vender os seus produtos. Eles estão presos, praticamente a maioria
dos comerciantes. As pessoas que nos assistem pelo Canal 16, vocês que
acompanham aqui o meu pronunciamento sabem disso. É só irmos à periferia da
Cidade, nem precisa ser na periferia, basta irmos até a zona central para vermos
os comerciantes gradeados, para poderem atender os seus clientes. É uma
situação extremamente difícil, extremamente delicada. Chegou o momento, Ver.
João Carlos Nedel, de estarmos juntos para tentarmos amenizar e resolver esse
problema, porque a intranqüilidade, a insegurança, é total.
Fica
aqui esse alerta para que a nossa querida Governadora - que está com muita
dificuldade, com falta de recursos - faça algo, porque alguma coisa tem que ser
feita. Como está não pode continuar mais. Eu acho que nós chegamos a um patamar
de extrema dificuldade e de extrema insegurança. Temos que cada vez estar mais
unidos - todos os segmentos da sociedade -, para podermos, sim, cada um de nós,
dar a nossa parcela de colaboração, tentar amenizar essa insegurança e esse sofrimento
da nossa população gaúcha. Muito obrigado, Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Apregoamos
o Memorando de nº 056/08, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que solicita
autorização para representar esta Casa no evento Gestão dos Recursos Hídricos -
Agência de Região Hidrográfica, a ser realizado no dia 24 de setembro de 2008,
na Assembléia Legislativa.
Apregoamos
também o Memorando nº 057/08, no qual o Ver. Claudio Sebenelo solicita
autorização para representar esta Casa na Sessão Solene de transmissão do cargo
de Reitor da UFRGS ao professor Carlos Alexandre Netto, a realizar-se no dia 23
de setembro de 2008 às 10h.
O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre
Presidente, Ver. Carlos Todeschini; hoje, dia 22 de setembro, é Dia do
Contador. Portanto, quero cumprimentar os meus colegas contadores do Rio Grande
do Sul, o Sindicato dos Contadores, o nosso Conselho Regional de Contabilidade.
Tenho certeza de que, se tivéssemos mais contadores nos setores públicos, não
haveria tanta corrupção. Parabéns aos contadores pelo seu dia!
Estamos
recebendo a visita do Sr. Osmar e do Sr. Raul Cohen, do Conselho Superior da
Federasul, que vêm a esta Casa pedir apoio para um assunto muito importante que
a Federasul está encampando. A Federasul organizou um grupo de trabalho, cujo
coordenador é o Sr. Raul Cohen, para implementar ações de segurança, que é a
grande preocupação da nossa população, Ver. Adeli Sell. Todos os fins de
semanas lemos nos jornais sobre mortes por acidentes, homicídios, uma série de
coisas. Impressionante! Hoje pela manhã recebi o telefonema da Srª Otília, Ver.
Ervino Besson, que trabalhou na Cáritas com V. Exª há muito tempo. Ela foi
vítima de assalto, juntamente com seu marido, que ficou muito machucado. Ela
pede soluções para a Segurança.
A
Federasul, através desse grupo de trabalho, tem realizado reuniões com vários
setores da nossa sociedade; esteve na Secretaria de Segurança Pública, na
Brigada Militar, na Polícia Civil, com a nossa Secretaria de Segurança do
Município para ver o assunto da nossa Guarda Municipal, com o Ministério
Público, e veio hoje aqui, já esteve com o nosso Presidente Sebastião Melo,
pedindo o apoio desta Casa para esse problema tão sério que é a segurança. Nós,
Vereadores, podemos fazer muita coisa, sim; podemos incrementar a nossa
iluminação pública, podemos entrar em contato com a SMAM para que realizem as
podas de árvores que estão prejudicando a iluminação pública de nossa Cidade e
para que também instalem câmeras de vídeo a fim de que a situação seja
controlada. Aqui cito um exemplo que nos traz a Federasul: Porto Alegre tem
seis ou sete acessos, e, em nenhum desses acessos, existem câmeras de
segurança, ou seja, os meliantes entram e saem à vontade. Também sabemos que a
crise de vagas no sistema prisional é muito grande, sendo necessárias
aproximadamente 12 a 15 mil vagas; não é problema do Município, e sim do Estado
e do Governo Federal, mas nós podemos atuar. Então, meus caros amigos Osmar e Raul, tenham a certeza de que esta Casa
vai abrir suas portas para que este grupo de trabalho aja conjuntamente com os
representantes do povo de Porto Alegre para diminuir esse grave problema,
tenham a certeza do nosso trabalho nesse sentido. Sejam muito bem-vindos.
Informo também, com muita alegria, a presença do meu amigo José Noni Correa
Rosa, que vem visitar esta Casa. Muito obrigado, seja muito bem-vindo.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): A Verª Margarete
Moraes está com a palavra em Comunicações.
A SRA. MARGARETE MORAES: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, lamentamos a verdadeira situação de escândalos que ocorrem na
área da Cultura do Estado do Rio Grande do Sul; problemas antigos que agora vêm
à tona e problemas novos. Hoje a Cultura está na Polícia, no Ministério
Público, com denúncias vindas de todos os lados entre o Conselho Estadual da
Cultura e a Secretária Estadual da Cultura. É muito triste isso. A nossa
posição é de que haja apuração de todos os fatos, que os casos suspeitos sejam
investigados. As pessoas, evidentemente, devem ter direito à defesa, a
julgamento, mas, se houver procedência, devem ser punidas.
Sempre que surge uma lei diferente, uma lei nova
como essas da Cultura, muitos se dedicam a encontrar maneiras de burlar a lei,
sempre tem alguém querendo tirar proveito particular. O Estado, agora, deve
estudar mecanismos inibidores dessas falcatruas que estão acontecendo. Isto era
uma posição da Administração Popular: que as Leis de Incentivo à Cultura não
são a melhor maneira, não são a forma mais propícia de incentivar a cultura.
Como tem patrocinador e há dificuldades no controle, elas são propícias a esse
tipo de falcatruas. Nós, quando éramos Governo, queríamos incentivar direto a
Cultura, Ver. Guilherme Barbosa. Depois de um ano de discussão com a comunidade
cultural - eu sempre faço uma referência ao Giba Assis Brasil, cineasta; faço
referência a uma funcionária da SMC, Andréa Bonow, mais uns trinta artistas -,
chegou-se à conclusão da criação de um novo fundo, que é era o Funproarte - Fundação de Apoio à Produção Artística e
Cultural. O Funproarte, desde que foi criado até os dias de hoje, nunca apresentou
nenhuma forma de irregularidade, porque existem mecanismos de controle
absolutamente exigentes, rígidos. É evidente que o Funproarte, como todos os
fundos, merece um aprimoramento permanente, mas nunca houve nenhuma
irregularidade desde que foi criado.
Nós todos sabemos que é a cultura que dá sentido à
vida, a cultura é testemunha da nossa humanidade, é o que nos faz ter um elo
com o passado, é o que nos faz compreender o presente e o que nos faz nos
comprometermos com o futuro da humanidade. Então a cultura é muito importante e
merece todo o cuidado por parte dos Governos, por parte do Estado.
Eu quero lamentar - o segundo lamento - o gesto da
Secretária Mariza Abreu, que, visitando a cidade de Guaíba, foi abordada por
três meninas estudantes, de doze a treze anos, Ver. Zé Valdir, que perguntaram
quando elas teriam aulas, quando viria o professor de História ou Geografia,
não sei qual a disciplina, e ela colocou a mão na boca da menina, impedindo-a
de falar. Ela disse que colocou delicadamente. Eu acho que uma Secretária não
pode ter um gesto desses, Ver. Carlos Todeschini, de impedir, porque revela a
arrogância de quem não quer diálogo, de quem não está acostumado ao diálogo, de
quem não sabe dialogar, que detesta o contraditório. E o mínimo que um aluno
pode reivindicar é o direito de ter professor na sala de aula! Os alunos não
estavam fazendo algazarra, nada, apenas perguntaram para a Secretária. Então
vai muito mal o Governo do Estado.
E a última queixa é em relação a um verdadeiro
apagão nesta Cidade, que está sem Prefeito, sem Vice-Prefeito todo o fim de
semana, sem o Subsecretário da SMOV, que também se licenciou para a campanha,
sem o Secretário Clóvis Magalhães, que está licenciado para a campanha do
Prefeito Fogaça. Deve ser por isso que ontem, lá no Brique, depois das 12
horas... Nós percebemos, Ver. Adeli Sell, que o Brique foi tomado por
vendedores de redes, de CDs e DVDs piratas, pessoas que vendem cordões de
sapatos, algo que não tem nada a ver com artesanato! O Brique é um cartão
postal da Cidade, tem um artesanato, tem também expressões artísticas, como é o
caso da Tina Felício, uma grande artista plástica, de alta qualidade. Então
eles estão fazendo uma concorrência desleal àquelas pessoas que fazem o seu
trabalho e têm aquele ponto para o qual foram selecionadas através de
julgamento, de edital, para lá exporem. Hoje, o Brique é a terra de ninguém, é
a terra do deus-dará. E isso se explica pelo verdadeiro apagão, pela falta de
autoridade na cidade de Porto Alegre hoje. Obrigada, Ver. Carlos Todeschini.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Alceu
Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, Ver. Carlos Todeschini; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, venho a esta Tribuna falar de coisas boas que estão acontecendo em
Porto Alegre. Vereadores Claudio Sebenelo e Luiz Braz, gostaria de saber, Ver.
Ervino Besson, se vocês têm notado o trabalho da Brigada Militar que está
acontecendo em Porto Alegre? É um trabalho fantástico, realmente o Coronel
Mendes deu outro andar à Brigada Militar. Hoje, percorrendo a Cidade ou parado
numa sinaleira, em segundos, em minutos, se vê uma viatura da Brigada Militar
circulando. E não somente no Centro da Cidade, também nas vilas e nos bairros
estão as camionetes novas da Brigada Militar trabalhando, abordando os veículos
que estão transitando, de repente, irregulares; lá está a Brigada Militar
fazendo a fiscalização. E nunca foi tão imediato o atendimento da Brigada
Militar quando necessário, liga-se, e ela vem imediatamente. O atendimento é de
primeiríssima qualidade.
E
a gente, como Vereador ou comerciante, tem que reconhecer que a Brigada
Militar, realmente, está nas ruas, está trabalhando e muito. Coisa que eu gosto
muito também é quando há barreira da Brigada Militar, Ver. João Antonio Dib, porque,
na barreira, quantos veículos são fiscalizados, muitos estão fugindo, o carro
está sendo roubado, e ali está a Brigada Militar para interromper o seu
caminho. Sexta-feira, à noite, lá no bairro Leopoldina, no bairro Rubem Berta,
dois rapazes roubaram um carro e saíram em alta velocidade, atropelaram uma
guria de nove anos, mais na frente, outra de 12 anos, e, rapidamente,
abandonaram o carro. A ação da Brigada Militar foi imediata, cercaram o local e
prenderam esse cidadão que estava correndo de carro, sem ter carteira, com um
carro roubado e ainda menor de idade, Ver. Dib. A gente tem que agradecer à
Brigada pela integração que está acontecendo lá dentro e o fantástico trabalho
que o Cel. Mendes determinou. E mais ainda: temos que agradecer a ligação com
as delegacias dos bairros e com a Polícia Civil, com o Delegado Pedro Rodrigues
na chefia, que também vem fazendo um trabalho fantástico.
A
gente, que está na rua, que está vendo o que está acontecendo, também tem que
falar um pouquinho das coisas boas da Brigada e da Polícia Civil, porque as
pessoas só sabem lembrar de quando não tem segurança. Mas agora, se vocês
olharem bem, se transitarem dentro de Porto Alegre, verão que, em certos
pontos, tem uma viatura da Brigada, tem uma da Polícia Civil, e estão
circulando. Isso se deve também ao trabalho da Governadora - e todo mundo só
sabe falar sobre o que acontece de mal; de bom não contam. Que eu lembre não
teve Governador nenhum com esse trabalho fantástico na Segurança, como está
acontecendo no Governo de Yeda, que vem desenvolvendo um trabalho
impressionante. Eu moro num bairro pobre, humilde, e as pessoas lá estão
satisfeitíssimas com o trabalho da Brigada e da Polícia Civil. Mas isso se deve
à Governadora!
Então,
quero dizer que eu, como Vereador, reconheço o trabalho que a Governadora vem
fazendo, certamente vai melhorar, porque ela tem pouco tempo de Governo. Ela
terá mais três anos para mostrar um trabalho fantástico, de uma mulher no
comando do Rio Grande do Sul. Obrigado, senhores.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Muito
obrigado, Ver. Brasinha.
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Sr. Presidente, Ver. Ervino Besson; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, em primeiro lugar, eu quero cumprimentar a Verª Margarete Moraes,
que, com muita eficiência, exerceu o cargo de Secretária de Cultura do
Município, uma Secretaria da Cultura que, é verdade, não tinha todos os
recursos de que necessitava, mas tinha mais recursos do que a Secretaria do
Estado.
Quando
dos acontecimentos envolvendo a Presidenta do Conselho de Cultura agredindo a
Secretária da Cultura, procurei me informar de algumas coisas. Então, fiquei
sabendo que a Secretária Mônica Leal, desde o início da gestão, tratou de
sanear e resgatar a credibilidade do Sistema de Lei de Incentivo à Cultura. Em
menos de um ano foram pagos 14 milhões de reais - para a Secretaria da Cultura
do Estado isso é uma soma fabulosa -, que garantiram o não-fechamento dessa iniciativa,
que é a Lei de Incentivo à Cultura. Também tomou medidas como, por exemplo, a
alteração das características dos documentos referentes ao termo de habilitação
e à carta de habilitação, visando ao aumento da segurança do sistema. Esses
documentos, que são fundamentais para a liberação de recursos aos projetos
culturais incentivados pela LIC, passaram a ser impressos em um tipo de papel
com cor diferenciada, contendo o logotipo da LIC - Lei de Incentivo à Cultura -
em marca d’água. Outra medida foi adicionar a assinatura do Secretário da
Fazenda ao lado da assinatura da Secretária de Estado da Cultura nas cartas e
termos de habilitação. Para aumentar mais ainda a segurança, um relatório com a
relação de todas as empresas, valor do patrocínio e nome dos projetos é sempre
enviado à Secretaria da Fazenda do Estado, juntamente com o lote de cartas de
habilitação, para que haja um monitoramento da Secretaria da Fazenda em relação
às empresas habilitadas a se creditarem do ICMS.
Recebendo
a denúncia de que havia fraude, a Secretária imediatamente enviou os nomes das
empresas supostamente envolvidas à Secretaria da Fazenda para que averiguasse
os casos. Ficou no aguardo das comprovações. No dia 19 de agosto recebeu
ligação do Dr. Ricardo Englert, Secretário Adjunto da Fazenda, confirmando a
fraude. Pediu para ver a cópia da documentação falsificada com a sua assinatura
falsa. De imediato, procurou a autoridade máxima do Ministério Público, Dr.
Mauro Renner, pedindo uma investigação para que fossem detectados e responsabilizados
os fraudadores. Os documentos que a ela foram mostrados contêm assinaturas
falsificadas do seu nome, inclusive a folha não é a que utilizam na Secretaria
da Cultura. Cabe frisar que essa documentação falsificada não tramitou em
nenhum momento pela Secretaria da Cultura ou Secretaria da Fazenda. Mas, para
que se tenha uma idéia do que ocorreu, foram falsificados cartas de habilitação
e termos de compromisso de projetos apresentados e inabilitados, ou seja,
rejeitados tanto pela Secretaria da Cultura como pelo Conselho Estadual de
Cultura.
Outros
erros foram detectados: projetos não-aprovados no âmbito do Sistema LIC; nomes
errados de proponentes dos projetos; empresas que nunca haviam patrocinado
algum projeto pela LIC; números errados de projetos, inclusive números
inexistentes; datas de realização erradas; marca d’água mais forte do que a
original; observações no rodapé do documento que não são usuais; falta de
assinatura do Secretário da Fazenda - e uma das preocupações que a Secretária Mônica
sempre teve foi a sua assinatura e ao lado a do Secretário da Fazenda. E, para
que esse tipo de fraude não ocorresse mais, foi envidada à Secretaria da
Fazenda e à Procergs alterações dos tipos das cartas de habilitação digital sem
o trâmite de papéis. O controle está sendo on-line, intersecretarias.
Com essa providência, ela traz mais segurança operacional ao Sistema LIC,
valoriza os produtores que trabalham honestamente - há muitos produtores que
trabalham honestamente - e protege as empresas que incentivam as atividades
culturais do nosso Estado.
Dessa
forma, a nossa ex-Vereadora, nossa colega aqui, que durante um ano e meio
sentou ao meu lado, está fazendo um esforço extraordinário para levar uma
Secretaria que não tem um mínimo de recursos a um padrão semelhante àquele que
a Verª Margarete conseguiu aqui na Prefeitura com eficiência, como eu disse
anteriormente, quando administrou a Secretaria da Cultura. E é realmente
difícil acionar verbas para a Cultura, porque a nossa Educação ainda não está
muito voltada para isso. Nós temos dificuldades imensas com Educação e Cultura,
mas a Secretária Mônica Leal está fazendo tudo aquilo que é possível, o que
está humanamente ao seu alcance, para que a Secretaria cresça e seja cada vez
mais respeitada e, sobretudo, que a Lei de Incentivo à Cultura não deixe de ser
utilizada, e sim que ela seja mais utilizada, mas com a correção para aqueles
produtores que realmente agem corretamente e querem Cultura para a
coletividade, e não para seus bolsos. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado,
Ver. João Antonio Dib.
O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela
oposição.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Ver.
Ervino, que preside os trabalhos neste momento, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, público que nos assiste, eu vim aqui para discutir a questão
da Segurança, porque esse é um dos três assuntos mais candentes, mais delicados
que a Cidade discute, que a Cidade clama, com o qual o povo mais se preocupa,
além da questão da Saúde e a Educação. Eu venho fazer aqui um questionamento em
relação à fala anterior do Ver. Brasinha, em razão da presteza com que ele
falou sobre a resposta e o atendimento da Polícia. Talvez o Coronel Mendes
esteja ligando para ele, quando ele fala, porque para todos os demais
Vereadores, para todas as demais pessoas de Porto Alegre que pedem a ação da
Polícia é bem diferente; ela não acontece, pelo menos, com a velocidade que
aqui foi descrita.
E
a situação é mesmo muito preocupante. Eu recebi hoje mesmo um jornal de
distribuição gratuita, o Jornal da Capital, e a manchete é a seguinte:
“Quinhentos homicídios. Esse deverá ser o número de assassinatos em Porto
Alegre até o final do ano”. (Mostra jornal.) São quinhentos homicídios, ou
seja, 1,5 homicídio por dia. É muita coisa. Portanto, a situação da Segurança é
muito complexa e não pode ter soluções simplórias. Não é mais só Polícia que
resolve, não é mais um ente federado que resolve, é um conjunto de iniciativas.
Eu
vi que estava presente um pessoal da Federasul, e é bom refrescar a nossa
memória. Nós aprovamos aqui, na última Sessão de 2007, um Projeto de nossa
autoria que institui as Áreas Integradas de Segurança. A lei cria uma série de
mecanismos de articulação, de organização, de lógica e de coerência, para que a
paz social seja uma estratégia a ser buscada com o esforço de todas as
políticas de Governo; todas têm que ter isso como objetivo máximo, Ver. João
Dib. E hoje pela manhã estive em contato com o Secretário Executivo do
Ministério da Justiça, que estava presente na Secretaria em uma atividade da
Susepe para tratar da questão do sistema prisional do Rio Grande do Sul, junto
com uma OSCIP, o Inarf, e
foi repassada ao Secretário a
elaboração do projeto-piloto para atender àquilo que nós aprovamos aqui, que é
a Lei das Áreas Integradas de Segurança. Eu creio que a lei é bastante
abrangente e cria mecanismos muito eficazes que poderão ajudar a dar conta para
minimizar as ações de criminalidade e violência, que são a cada dia mais
sensíveis, a cada dia maiores.
Aqui é só para ouvir as descrições das pessoas,
tanto das que trabalham no Centro, que vivem no Centro, dos comerciantes, bem
como de quem trabalha na periferia, todas em relação às manifestações de
violências, que são inúmeras. E não existe outro remédio senão um
fortalecimento da consciência cidadã, das articulações e das práticas de
cidadania. E essa nossa lei prevê tudo isso. Ela foi sancionada no dia 27 de
fevereiro pelo Prefeito; portanto, agora, está só na dependência de ser
implementada, Verª Margarete. O Governo está lento, está devagar, mas a lei
está aí, está criada, e o Ministério da Justiça está disposto, através do
Ministro Tarso Genro, dos agentes, do Secretário Executivo e da Presidência da
República, a bancar e sustentar através de recursos federais a implementação da
Lei das Áreas Integradas, porque ela é um mecanismo muito eficaz para fazer com
que o Pronaci, o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania, tenha
condições de acontecer em Porto Alegre. E acontecer dando respostas
principalmente à juventude, na prevenção à criminalidade, para que a juventude
não caia numa vida desviada, pois depois não resta outra coisa a não ser a
desgraça que assola a juventude e as famílias, em última instância a perda pelo
envolvimento nas drogas e um dia talvez a morte de um desses jovens em
conflito.
Portanto,
há, sim, uma lei, um mecanismo e uma ação muito importante aprovada por nós
aqui e que precisa entrar em prática, e nós estamos fazendo a nossa parte para
isso. Obrigado pela atenção.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
Tenho
feito vários contatos com o Comando de Policiamento da Capital, com a 3ª
Companhia daquela região, inclusive já solicitei uma Audiência, está sendo
feito um abaixo-assinado na região, porque ninguém suporta mais a insegurança
em Porto Alegre. Só porque apareceram algumas caminhonetes Ranger - por sinal à
gasolina, gasta pra caramba - é que nós vamos ficar impressionados? Não! Nós
não podemos ficar impressionados, porque em outros lugares nós estamos vendo os
velhos “celtinhas” andando mal, mal. E todo mundo sabe que com Celta você não
pega ladrão. Eu sei porque o meu Celta é 1.0; mesmo que fosse 1.6 não
resolveria o problema. Não é carro para a Brigada Militar pegar a bandidagem
que está havendo! Não é assim! Anda mal a Segurança Pública, sim!
E
digo mais: eu defendo o brigadiano que não tem suporte do seu Comandante; eu
defendo o Sargento que está na rua; eu defendo o Capitão que tem que segurar as
pontas; agora, o que eu não defendo é a política que está sendo feita hoje de
mandar prender, como fizeram três vezes já - oito pessoas no Centro da Cidade
que estavam fazendo a divulgação de uma cabeleireira. Eu tenho as provas, eu
tenho os documentos. As pessoas são humilhadas, levadas para o postinho e ficam
lá, e não lhes dão explicações. E os 500 homicídios em Porto Alegre que o Ver.
Carlos Todeschini mostrou que saíram no jornal? Ah, o jornal está mentindo? Que
é isso! Anda mal a Segurança Pública, sim! Nós queremos Segurança no Centro?
Sim, queremos no Centro, porque mesmo ali não há. Os assaltos que há, Verª
Margarete Moraes, minha Líder, no Viaduto Otávio Rocha são freqüentes e à luz
do dia. Há falta de iluminação pública em Porto Alegre! Nós pagamos Taxa de
Iluminação, mas não há iluminação, e isso favorece o assalto.
Ontem
ainda, estive na Vila São Vicente Mártir, e o que mais se cobrava lá?
Iluminação pública. Eu vou à Ilha das Flores, e o que o pessoal cobra, Ver.
Guilherme Barbosa? Iluminação pública. E o pessoal paga Taxa de Iluminação! A
falta de iluminação pública, com a falta do brigadiano, com a falta de carros
que funcionem na Brigada fazem com que nós tenhamos essa brutal insegurança. Não
anda bem, não, a Segurança Pública em Porto Alegre: falta muito efetivo, falta
automóvel que funcione, e não é porque compraram meia dúzia de Ranger que vão
resolver o problema! Olhe a situação: quando se entra nas vilas, encontramos o
pessoal com armas pesadas, traficando. E a Brigada vai fazer enfrentamento com
“38”? É claro que não vai fazer esse enfrentamento, porque é impossível! Então,
estão fazendo de conta que fazem Segurança Pública. Foram lá na Mato Sampaio,
na Vila Pinto hastear a bandeira em lugar onde não há confronto entre gangues!
Onde há confronto entre gangues, o Coronel, o Comandante não vai, não vai!
(Aparte
anti-regimental do Ver. Guilherme Barbosa.)
O
SR. ADELI SELL: É
exatamente isso o que está acontecendo, Ver. Guilherme. Eu achava que o Coronel
Mendes era um grande trabalhador, mas hoje eu começo a duvidar, acho que é
pirotecnia. Eu me enganei, inclusive faço uma autocrítica por tê-lo elogiado
publicamente, porque hoje estou vendo que se pega o lado fraco da história.
Esse negócio de prender pessoas que fazem divulgação no Centro da Cidade está
errado, não há como sustentar um negócio desses, eles não vendem produto
pirata! Mesmo assim não precisam prender; façam a apreensão do produto, a SMIC
é que tem que fazer! Não é função da Brigada Militar; a Brigada Militar tem que
acompanhar para dar segurança! Na minha época de Secretário não faziam isso - é
estranho, não é? Fizeram durante três meses, mas quem fazia, de fato, era o
brigadiano lá da ponta. Quanto o “troço” aperta, é o brigadiano lá da ponta que
vem atender o cidadão; não é o comandante. Então, “devagar com o andor”, as
coisas não andam bem na Brigada Militar no Rio Grande do Sul, e andam mal em
Porto Alegre! Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado,
Ver. Adeli Sell.
O
Ver. João Bosco Vaz está com a palavra em Comunicações.
Então,
são importantes, Ver. Adeli, essas iniciativas primárias; na realidade, tudo
que V. Exª falou aqui é o seguinte: vamos juntar a Polícia Civil e a Brigada
Militar e transformar num pronto-socorro, fazendo um paralelo, Ver. Todeschini.
Quando o vagabundo chega lá, ele não tem mais solução. Quando a Polícia precisa agir, quando a
Brigada precisa agir, e ele está preso... Como ocorreu hoje, houve uma grande
batida lá na Vila Conceição, e o cidadão que está sendo procurado, Ver. Adeli,
é o dono do time de futebol que foi campeão de várzea várias vezes. É o mesmo
time, Ver. Todeschini, desse cidadão que comanda o tráfico; ele, quando o
Prefeito João Verle foi entregar o troféu de campeão municipal, virou as costas
e foi embora. Eu não era Secretário, porque, se eu fosse o Secretário, teria expulsado
o time do campeonato, porque é um desrespeito com a autoridade máxima do
Município de Porto Alegre. Quando eu fui Secretário, botei no Regulamento:
“Quem não comparecer e der WO ou a torcida brigar, no próximo campeonato estará
fora”. E esse time deu WO e dizia para todos: “Quero ver o Secretário, que é
Vereador, confirmar que nós não vamos participar do campeonato”, e nós fizemos
uma limpa: de 2005 para 2006, foram 36 equipes eliminadas; de 2006 para 2007,
12 equipes eliminadas; de 2007 para 2008, foram seis equipes.
Então, lá no Morro da Conceição - com relação ao
cidadão que está sendo procurado hoje -, infelizmente, pessoas como essa estão
tomando conta do futebol de várzea. Porque o futebol de várzea, para quem não
sabe, virou negócio. Não pensem que o pessoal da várzea vai jogar de graça, tem
que ter alguém que banque: o cara paga a chuteira, paga o ônibus, dá o lanche,
a gasolina. Para encerrar, Sr. Presidente: se dependesse de mim, Verª
Margarete, não existiria mais campeonato adulto de futebol de várzea em Porto
Alegre, só campeonato de crianças e adolescentes. As ligas que se organizem e
que façam o campeonato, porque, assim como eles fizeram esse desaforo para o
Prefeito João Verle, eles fazem para qualquer um, a qualquer momento, e tem que
ter pulso firme. Por isso a segurança é importante. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado, Ver.
João Bosco Vaz.
O Ver. Dr. Raul está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. DR. RAUL: Sr. Presidente,
Ver. Ervino Besson; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, aqueles que
nos assistem pela TVCâmara, eu venho falar, neste momento de Liderança, por um
motivo muito especial, muito particular, porque resolvi que hoje seria o dia em
que vou homenagear uma época maravilhosa na vida de muitas pessoas da nossa
Cidade e também na minha. Os campos de futebol eram muitos, e a violência era
muito pouca. No futebol amador fizemos muitas amizades ao longo de tantos e
tantos anos em que participamos e estamos sempre querendo retomar essas
amizades no nosso dia-a-dia. Eram e são amizades descompromissadas, sem
interesse; amizades que ficam para toda a nossa vida.
Como
boleiro - está aqui o Ver. Bosco me apontando, e é verdade -, estou
homenageando, como boleiro que sempre fui, o Safurfa, para quem conhece, que é
o time em que eu...
(Aparte
anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O
SR. DR. RAUL: Viu só,
temos outras adesões aqui. Exatamente, a várzea hoje é outra, mudou para pior.
Aquele tempo era fantástico. O Safurfa está completando agora 45 anos de
existência.
(Aparte
anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O
SR. DR. RAUL: Exatamente,
a Copa da Amizade, o Vereador aqui me fala. Participamos de muitos jogos na
Cidade de Deus. O Ver. Ervino, que é da Zona Sul, também está comentando.
Então, estou homenageando os 45 anos de existência do Safurfa, que é um clube
de futebol amador, que iniciou com um grupo de amigos que gostava muito de
futebol, ali no entorno do bairro Auxiliadora, e muitas dessas amizades ainda persistem
hoje: empresários, amigos, médicos, pessoas que trabalham no comércio, enfim,
que se reúnem ainda ocasionalmente e que gostam muito de falar; e os seus
filhos, os seus netos são pessoas que ainda levam o nome do Safurfa.
Ele
foi fundado no dia 03 de agosto de 1963 e agora está completando 45 anos de
existência. Foi muito importante na minha formação como cidadão e como
esportista. E tive parceiros muito importantes: o Marino Ferlini, o Mitzco,
que foi o meu primeiro técnico no futebol amador, o marido da Leocádia, que
aqui alguns conhecem; o Carlinhos, o Marquinhos, o Vítor Hugo; o Altemir, que
jogou comigo lá também; o Rosemar; o Jorge Andrade, que deixou o Inter,
trabalhou conosco lá, vamos dizer assim, na zaga; o Beto Becker, o Hermes, o
Paulo Bigode, o Leitão, o Oscar, o Cabelo, o Milton; o Pileco, que nos deixou
recentemente, era um grande amigo, um grande parceiro; o Duda, o Perci, o
Roberto Ludwig, a família Lubisco - vários da família Lubisco, que vocês
conhecem.
(Aparte
anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O
SR. DR. RAUL: Jogou o
Guerra? Jogou. O Guerreiro, não; o Guerreiro era do Corsário, o João Collares
era do Corsário.
(Aparte
anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O
SR. DR. RAUL: Exatamente.
O Cao, o Pedrão, a família Carvalho, o Paulinho, o Marcelo, o Clairton, o
Cantarutti, o Claudinho, o Campana, o Ciro e tantos outros amigos, com alguns
ainda a gente tem contato.
(Aparte
anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O
SR. DR. RAUL: Exatamente,
tivemos nossas excursões no Interior, no Uruguai. A Copa Arizona, da qual fomos
campeões, inclusive; o Torneio da Amizade, que tanto jogamos aqui. O Ver.
Haroldo diz que também jogou, o que muito nos honra.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Haroldo de Souza)
O
SR. DR. RAUL: Exatamente.
E os campos da Cidade de Deus, que o Ver. Ervino tanto conhece. Os nossos
finais de semana eram cheios de amizade, companheirismo e esporte; os nossos
adversários foram equipes de nossa Cidade, do Interior do Estado e até do
Uruguai, em uma integração constante que persiste até os dias de hoje. E os
times que enfrentávamos? Mais amigos que adversários, tipo o Piriri, do Júnior,
que todos aqui talvez conheçam, lá do Lindóia, do Paulo.
(Aparte
anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O
SR. DR. RAUL: Exatamente,
o Birimbau, do Didi, do Vasques, do Dorinho; o Tchaco, do Florestal, do Cipião,
do Cláudio; o Dínamo, do Julinho, do Beto Dalácio; o Pombal, do Flávio França,
que já nos deixou, grande organizador do futebol amador; o Chumbinho, que hoje
está lá no Inter, dirigindo, ajudando, foi meu companheiro de Atlético
Porto-Alegrense, nós fomos campeões estaduais de Dente-de-Leite, em 1969. Faz
tempo. O Amálgama, do Beto, do Záchia, do Dênis.
(Aparte
anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O
SR. DR. RAUL: Exatamente,
o Tchaco, do Florestal, do Cipião.
(Aparte
anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O
SR. DR. RAUL: Exatamente.
O Vira-copos, do Ricardo; o Clarão, o Orfeu, ente tantos outros.
Então,
hoje, a tradição do Safurfa Futebol Clube continua através de nós, dos nossos
filhos e netos, com ela segue em grande parte levando a nossa história em
frente. O que eu desejo é muita saúde para todos, especialmente para o nosso
Safurfa, a nossa grande Sociedade de Amigos de Furões de Festinhas e
Aniversários. Aqui está a foto que eu faço questão que seja mostrada (Mostra
foto.), e deixo uma saudação e um grande abraço a todos. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE ( Ervino Besson):
Obrigado, Dr. Raul.
Vou
quebrar o protocolo, porque quero parabenizar o Dr. Raul e o Ver. João Bosco
Vaz pela brilhante lembrança do futebol amador. Isso é importante.
Passamos
à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 4916/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 206/08, de autoria do
Ver. Maurício Dziedricki, que denomina Rua Ondina Figueiras o logradouro
não-cadastrado, conhecido como Beco do Albion, localizado no Bairro Ponta
Grossa.
PROC.
Nº 5168/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 215/08, de autoria do
Ver. Maurício Dziedricki, que denomina Rua Abel Schuck o logradouro
não-cadastrado, conhecido como Rua Dois - Comandante Caleffi -, localizado no
Bairro Passo das Pedras.
PROC.
Nº 5196/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 216/08, de autoria do
Ver. João Antonio Dib, que denomina Rua Madre Clara o logradouro público
cadastrado, conhecido como Rua 2913 - Loteamento Verdes Campos -, localizado no
Bairro Mário Quintana.
PROC. Nº 5417/08 - PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 042/08, que
autoriza a desafetação e permuta com área particular destinada ao alargamento
viário por próprio municipal, matriculado sob o nº 122.840, áreas localizadas
no Loteamento Hípica Boulevard, sito na Av. Edgar Pires de Castro nº 655, Lote
2, nesta Capital, e a alienação da parte da área pública a ser recomprada nos
termos do artigo 138 da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999.
PROC.
Nº 5503/08 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 043/08, que institui o
Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil no Município
de Porto Alegre, e dá outras providências.
2ª SESSÃO
PROC. Nº 5101/08 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 044/08, de
autoria da Verª Margarete Moraes, que concede o Troféu Câmara Municipal de
Porto Alegre à Associação Riograndense de Artes Plásticas Francisco Lisboa.
PROC. Nº 5190/08 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 048/08, de
autoria do Ver. Professor Garcia, que concede o Troféu Câmara Municipal de
Porto Alegre ao Padre Egon Binsfeld.
PROC. Nº 5418/08 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 013/08, que dispõe sobre a prorrogação
excepcional do mandato dos Conselheiros do Conselho Municipal de Assistência
Social – CMAS.
PROC. Nº 5102/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 212/08, de autoria do Ver. Beto Moesch, que denomina Rua Largo da
Vida o logradouro público cadastrado, conhecido como Rótula 2082, e autoriza a
colocação de monumento em homenagem às 199 vítimas do acidente aéreo da TAM.
PROC. Nº 4256/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 183/08, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que denomina Rua Dario
Gatti Cescani o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 1931 –
Loteamento Residencial Rubem Berta –, localizado no Bairro Rubem Berta.
PROC. Nº 4828/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 198/08, de autoria do Ver. Luiz Braz, que concede o título
honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Magnus Aurélio Isse.
PROC. Nº 5169/08 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 046/08, de
autoria do Ver. Dr. Goulart, que concede o Troféu Câmara Municipal de Porto
Alegre ao Senhor Osorio Victor Biazus.
PROC. Nº 5290/08 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 041/08, que autoriza ao Executivo Municipal a desafetação e a
alienação de próprios municipais através de concorrência pública.
PROC. Nº 5162/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 214/08, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que inclui no
Calendário Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre a Caminhada pela
Família, realizada anualmente, no terceiro domingo do mês de agosto.
PROC. Nº 2240/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 071/08, de autoria do Ver. Adeli Sell, que institui o Estacionamento
Rotativo de Veículos em Frente aos Hotéis e dá outras providências.
O
SR. PRESIDENTE ( Ervino Besson):
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, difícil mesmo é
construir o simples. É tão difícil que o “Parabéns a Você” não foi mudado. Dos
2 aos 90 anos, no mundo inteiro, todo o mundo canta “Parabéns a Você” e tal.
“Projeto
de Lei do Executivo nº 042/08, que autoriza a desafetação e permuta com área
particular destinada ao alargamento viário...” e por aí vai. Realmente, o art.
1º tem que estudar o simples, porque só se desafeta aquilo que é afetado; se
não está afetado, é patrimônio do Município, e, então, que façam. Continuo:
“... e alienação da parte da área pública a ser recomprada nos termos do
artigo...” Permutar, bem como alienar área! Ora, se ele vai permutar, não vai
alienar. Ou uma, ou outra! Então, acho que tinha de simplificar. Como dizia o
filósofo hindu para o americano cheio de problemas: “Simplifica, meu filho,
simplifica que as coisas vão ficar muito melhores”.
O
Executivo também está mandando um Projeto instituindo o Plano Integrado de
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil no Município de Porto Alegre. É
excelente a idéia do Município, porque muito desse material pode ser
reaproveitado, pode ser utilizado como material para as nossas vias que são de
terra batida, ou para tapar buracos. Olha, é uma beleza! Acho que o Executivo
tem nota dez nisso aí.
Também
do Executivo há Projeto de Lei dispondo sobre a prorrogação excepcional do
mandato dos Conselheiros do Conselho Municipal de Assistência Social - CMAS.
Não sei quais as razões, não li aqui, mas, se o Executivo está propondo numa
emergência, acho que devemos, com bastante urgência, votar o Projeto e dar a
eles a autorização.
Outro
Projeto do Executivo autoriza a desafetação e a alienação de próprios
municipais através de concorrência pública. Só se desafeta, eu já disse, aquilo
que está afetado. Isso é patrimônio municipal, não é bem de uso comum do povo.
São terrenos que sobraram, são terrenos que não estão sendo utilizados e que
serviriam para o Município melhorar a sua arrecadação - são 18 terrenos -,
melhorar a sua receita. Talvez, num desses tantos - parece que um tem mil e
poucos metros quadrados -, pudesse haver a construção de um terminal turístico,
uma coisa que falta aqui em Porto Alegre.
Há
ônibus que partem para vários lugares - praias, ou outras cidades, Municípios
-, levando uma turma inteira de cidadãos e cidadãs, que saem do Theatro São
Pedro, que é um local inconveniente, é um local nobre da Cidade, ali está o
Palácio do Legislativo, o Palácio da Justiça, o Palácio do Estado, a Praça, o
monumento a Júlio de Castilhos; eu acho que ali não é o lugar adequado. Num
desses terrenos, talvez a Prefeitura possa colocar um terminal de turismo, e o
meu amigo Eugenio Machado ficaria feliz da vida, porque há anos e anos ele pede
que seja feito um terminal de turismo. Não precisa ser um terreno muito grande,
apenas que dê para ficar quatro ou cinco ônibus, e eu vi que aqui há terrenos
com mais de mil metros quadrados. São quatro ou cinco ônibus, e não serão
utilizados 24 horas por dia, nem sete dias por semana, mas serão utilizados, e
os passageiros que embarcam nessas excursões poderão ter comodidade e
segurança, porque aquele local que hoje está sendo utilizado pelos
excurcionistas não é o melhor lugar para a Cidade. Mas, para um desses terrenos
próprio do Município, eu acho que é uma boa medida fazer um terminal turístico de
ônibus. Saúde e PAZ!
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver.
Ervino Besson, presidindo os trabalhos; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e senhores, um assunto que já foi falado aqui pelo Ver.
João Antonio Dib é o Projeto de Lei do Executivo n° 043/08, que institui o
Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil no Município
de Porto Alegre e dá outras providências. Nós temos apenas que acrescentar que
vivemos, aqui no Município de Porto Alegre, com toda a certeza, o melhor
momento da construção civil. Nunca se construiu tanto em Porto Alegre como se
está construindo agora. Isso faz com que Porto Alegre esteja realmente com um
crescimento nessa área extremamente acentuado, e precisamos, com toda a
certeza, ter um plano de gerenciamento. Esse Plano de Gerenciamento de Resíduos
vai fazer com que muito material que simplesmente seria jogado fora seja
reaproveitado; sendo reaproveitado, servirá ao Município, que poderá o utilizar
para auxiliar pessoas que têm carência, que têm dificuldades de fazer as suas
próprias construções, e servirá ao Município, para as suas próprias obras em
favor de toda a sociedade.
O
segundo Projeto que eu gostaria de citar - já agora em 2ª Sessão de Pauta - é
de nossa autoria, o PLL n° 198/08, que concede Título Honorífico de Cidadão de
Porto Alegre ao Sr. Magnus Aurélio Isse. Esse Projeto já foi referenciado aqui
por outros Vereadores em outras Sessões: o meu amigo João Bosco está
endossando; eu lembro que o Ervino também esteve nesta tribuna falando sobre o
Magnus. Hoje, Ver. João Bosco, o Magnus, com toda a certeza, está entre os
melhores administradores no campo dos transportes. O Magnus consegue ser uma
unanimidade entre as pessoas que têm táxis-lotações, essas pessoas sabem que
existe alguém com muita qualidade trabalhando para que o táxi-lotação garanta
seu espaço no sistema de transportes efetuado aqui na nossa região. O Magnus
tem, realmente, esse desprendimento; ele não batalha só em prol da sua empresa,
que há muito tempo tem dentro dessa área dos lotações; ele batalha em prol de
toda a categoria. Então, por isso, resolvemos fazer esse reconhecimento ao
Magnus, porque é alguém que realmente merece. Tenho certeza de que toda a
categoria apóia a nossa iniciativa, de reconhecermos o Magnus Isse como um grande
cidadão, como um Cidadão Emérito de Porto Alegre.
O
Ver. Bosco acabou de dizer que endossa, tenho certeza absoluta de que os
Vereadores, no geral, aqueles que conhecem o trabalho do Magnus, acabam
realmente endossando o nosso Projeto de Lei, que tem este objetivo: não apenas
homenagear uma pessoa por homenagear, mas homenagear a pessoa pelo que ela
representa para toda uma categoria. O táxi-lotação, como projeto de transporte
alternativo, é algo que veio para ficar; há muito tempo ele vem disputando o
seu lugar dentro do sistema de transporte em nossa Cidade. Nessa disputa, ele
tem procurado, Ver. Ervino, qualificar-se, tem tentado fazer com que a sua
presença não seja, de forma nenhuma, uma disputa no sentido de tirar o público
do ônibus ou do táxi: ele procura encontrar o local adequado para poder fazer
um transporte que não seja tão caro, como é o caso daquilo que poderia
representar a tarifa do táxi para algumas pessoas, e também não ficar
disputando os seus passageiros com o ônibus, porque assim ele vai ter o seu
espaço, um espaço que, com toda certeza, qualifica o sistema de transporte aqui
em Porto Alegre. Muitas outras regiões do nosso País já tentaram se igualar com
relação ao transporte que temos aqui, principalmente com relação aos
táxis-lotações, mas, mercê de pessoas com a dignidade e com a qualificação do
Magnus, realmente o nosso transporte aqui sempre mereceu muitos elogios. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O SR. ADELI SELL: Obrigado, Ver.
Besson. Quero discutir um Projeto de minha autoria, que é sobre a questão do
estacionamento rotativo em frente aos hotéis. Há um acordo selado há muito
tempo entre a Administração Pública Municipal de Porto Alegre e os hoteleiros
no sentido de que, tal qual nas farmácias, haja um espaço na frente dos
estabelecimentos, inclusive com sinalização amarela, para que o cidadão possa
chegar -ou com táxi ou com carro -, subir, descer, pegar, entregar as suas
malas. Infelizmente, no último período, em vários hotéis, não tem havido essa
boa vontade da EPTC. As senhoras e senhores inclusive viram o comportamento do
Secretário na última semana aqui, quando fomos discutir a questão de uma
pequena mudança na Lei do Táxi. O Secretário veio aqui para se colocar contra,
quando toda a Câmara é favorável. Nós precisamos resolver isso.
Como uma pessoa vai acessar um hotel se lhe
proibido parar na frente do hotel?! Não tem cabimento um negócio desses. Nós
temos hotéis em vários lugares. Como se não bastasse isso, na Av. Salgado Filho
tem um hotel onde, além de não marcarem em amarelo o local, para as pessoas
subirem e descerem do carro na frente, colocaram uma parada de lotação, a menos
de 100 metros dali. Não bastasse isso, tem uma van que estaciona ali
todos os dias de forma irregular, e nada acontece. Quando não estaciona um
ônibus.
Então, com
esse Projeto de Lei quero tentar resolver esse problema. Era um acordo, não
precisaria nem ter Projeto de Lei, porque a sensibilidade do gestor público
deveria ser a de ajudar as pessoas a resolver esse problema. Mas, como hoje a
gente vê que a bagunça é generalizada no serviço público, porque Secretarias
que deveriam ter um domínio de uma lei ou de uma orientação, de uma instrução
normativa, nem dentro da Secretaria encontram isso... Então, por essa razão me
inscrevi, para defender este Projeto de Lei. Quero ter a bondade dos Vereadores
no sentido de V. Exas. estudarem e verificarem a minha proposição e, se
necessário for, fazerem as devidas emendas. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado, Ver.
Adeli Sell.
Registro as presenças dos Vereadores João Bosco
Vaz, Luiz Braz, Dr. Raul, Haroldo de Souza e Adeli Sell. Estão encerrados os
trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 16h31min.)
* * * * *